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Castillo é o presidente com pior avaliação para o início do mandato no Peru

Esquerdista tomou posse em julho, após vitória por pequena margem no 2º turno

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Buenos Aires

Pedro Castillo, que tomou posse como presidente do Peru no último dia 28 de julho, é o líder com menor aprovação popular para o início da gestão no país nos últimos 20 anos.

De acordo com levantamento realizado pelo instituto Ipsos para o jornal El Comercio, o esquerdista tem 38% de aceitação entre os peruanos. Seu índice de rejeição é de 45%, e 17% dos entrevistados não opinaram. A pesquisa foi divulgada no domingo (15).

O esquerdista Pedro Castillo deixa o Congresso após sua cerimônia de posse como presidente do Peru - Angela Ponce - 28.jul.21/Reuters

Seus antecessores no cargo nas duas últimas décadas —exceção feita ao interino Francisco Sagasti, eleito pelo Congresso— tiveram entre 55% e 60% de aprovação popular no início de seus mandatos.

Castillo recebeu 18,82% dos votos no primeiro turno, em abril, e foi eleito em junho com uma pequena margem sobre a direitista Keiko Fujimori: 50,13%. A rejeição a Castillo se concentra especialmente entre os peruanos que vivem em Lima, na capital, onde a desaprovação do novo presidente atinge 66%.

Já nas regiões do interior, onde os chamados "ronderos" —militantes das "rondas campesinas", milícia que ajudou a eliminar o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso— têm mais força, sua aprovação é maior. Em Ayacucho, por exemplo, cidade na qual foi celebrada a cerimônia de posse, a aprovação é de 82%.

A pesquisa do Ipsos também mostra uma alta rejeição a Guido Bellido, o primeiro-ministro, cuja escolha quase afastou o indicado para a pasta da economia, o moderado Pedro Francke. Bellido, investigado por lavagem de dinheiro e por apologia do terrorismo, tem rejeição de 59%.

O premiê está no centro de um escândalo revelado pela imprensa peruana, acusado de participação em um esquema que cobrava subornos de comerciantes e fazendeiros na região de Junín. A investigação do caso pode prejudicar Bellido, que no próximo dia 26 precisa receber um voto de confiança no Congresso.

Segundo o Ipsos, 50% do Parlamento rejeita dar o voto de confiança a ele —48% são a favor, e 2%, não sabem. O levantamento também sondou a opinião sobre uma possível ingerência de Vladimir Cerrón sobre o Executivo. Líder do Perú Libre, partido de Castillo, ele seria inicialmente o candidato à Presidência, mas acabou impedido de concorrer, condenado por corrupção durante sua gestão como governador de Junín.

Entre os entrevistados, 40% consideram que Castillo "faz o que Cerrón quer", e 57%, que Bellido o faz.

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