Descrição de chapéu oriente médio

Em meio a tensões com o Irã, Israel e Hizbullah trocam fogo pelo 3º dia

Não houve vítimas; Israel acusa Irã de envolvimento no ataque a petroleiro na última semana

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Tel Aviv e Beirute | Reuters

A região da fronteira entre o Líbano e Israel registrou nesta sexta-feira (6) o terceiro dia de confronto entre militares israelenses e o Hizbullah, grupo fundamentalista apoiado pelo Irã.

Israel e Hizbullah ensaiam retomar a guerra que durou um mês em 2006 na mesma região de fronteira ao sul do Líbano e têm trocado fogo desde quarta-feira (4), quando um foguete foi lançado contra os israelenses, ato que não foi assumido por nenhum grupo. Israel reagiu com artilharia e ataques aéreos, que foram revidados pelo Hizbullah nesta sexta.

Tanto o ataque de Israel quanto o do Hizbullah foram contra terrenos abertos, espécies de tiro de alerta, e não deixaram vítimas nem danos graves. O governo de Israel afirmou que não quer elevar o conflito para uma guerra, mas que está pronto para isso. "Entendemos que o Hizbullah deliberadamente mirou áreas abertas para não agravar a situação", disse o tenente-coronel Amnon Shefler, porta-voz do Exército israelense.

Soldados de Israel se posicionam próximo à fronteira com o Líbano após ataques do Hizbullah - Ammar Awad/Reuters

Os atentados ocorrem em um momento de crescente tensão com o Irã. Na última semana, um petroleiro administrado pelos israelenses foi atingido no Golfo Pérsico, e dois tripulantes, um britânico e um romeno, foram mortos. Teerã negou envolvimento no caso.

Com o temor do Irã de uma retaliação por parte de Israel ou da comunidade internacional, o Hizbullah escolheu o sul do Líbano para atingir o inimigo.

Os militares israelenses disseram que o sistema antimíssil Iron Dome interceptou 10 dos 19 foguetes nesta sexta-feira, sendo que seis caíram em áreas abertas e três caíram no sul do Líbano.

Os ataques geraram uma onda de críticas dos oponentes do Hizbullah no Líbano, país que passa por grave crise financeira. Em raro questionamento ao grupo armado fundamentalista, a população local impediu a passagem de guerrilheiros em uma região na fronteira.

"O que está acontecendo no sul é perigoso, muito perigoso, especialmente com o aumento da tensão na região", escreveu em rede social Samir Geagea, político ligado à Arábia Saudita e ferrenho oponente do Hizbullah.

A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu nesta sexta que os dois lados interrompam o conflito.

Analistas de segurança há muito citam o risco de envolvimento de Israel em uma guerra em várias frentes com o Irã, que também apoia militantes palestinos na Faixa de Gaza.

Israel diz que está reunindo outros países para reagir ao ataque ao petroleiro da última semana, na costa de Omã, mas que está disposto a agir sozinho se necessário. Os Estados Unidos e o Reino Unido afirmam que trabalharão com seus aliados para responder ao atentado.

Durante uma reunião em Nova York, os americanos e membros europeus do Conselho de Segurança da ONU apontaram o Irã como responsável pelo ataque, declarou a embaixadora britânica Barbara Woodward. "A porta da diplomacia e do diálogo está aberta, mas se o Irã decidir não tomar esse caminho, nós o consideraremos responsável e o faremos pagar as consequências", disse.

O Conselho vai se reunir na segunda (9) para debater segurança marítima, raiz do ataque.

Ministros das Relações Exteriores do G7 também disseram que todas as evidências disponíveis mostram que o Irã está por trás do ataque ao petroleiro e que o país está ameaçando a paz e a segurança internacionais.

O governo do Irã nega qualquer envolvimento e diz que a República Islâmica não hesitaria em se defender.

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