EUA querem deslocar aviões comerciais para auxiliar em resgate no Afeganistão

Empresas seriam obrigadas a ceder aeronaves para transportar pessoas que já saíram de Cabul

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Washington e São Paulo | Reuters

O governo dos Estados Unidos informou às companhias aéreas comerciais do país que elas poderão ser obrigadas a ajudar no transporte de pessoas retiradas do Afeganistão.

Um alerta foi enviado às empresas na sexta (20). A decisão ainda não foi oficializada, mas autoridades americanas confirmaram a informação neste sábado (21) à agência de notícias Reuters, depois de ela ser divulgada pelo The Wall Street Journal (WSJ).

As aeronaves civis não voariam para o Afeganistão mas transportariam as pessoas retiradas de Cabul pelos EUA e depois abrigadas em bases aéreas em países do Oriente Médio e da Europa.

Segundo o WSJ, a Casa Branca considera ativar a chamada Frota Aérea da Reserva Civil, criada em 1952, na esteira do transporte aéreo de Berlim após a Segunda Guerra Mundial. Por meio do movimento, o governo teria 20 jatos comerciais, de até cinco companhias aéreas, para ajudar a resgatar os afegãos.

Membro da aeronáutica do Qatar ajuda garoto e mulher resgatados do Afeganistão, na base aérea de Al-Udeid, em Doha
Membro da aeronáutica do Qatar ajuda garoto e mulher resgatados do Afeganistão, na base aérea de Al-Udeid, em Doha - 20.ago.21/Gabinete de Comunicações do Qatar via Reuters

Outra alternativa para agilizar o esforço de resgate incluiria a expansão de bases americanas na região, disseram as autoridades ao jornal —medida que poderia aumentar o uso de companhias aéreas civis ou evitar a necessidade delas. Essas bases estão cada vez mais ocupadas com os refugiados afegãos.

A gigantesca operação de retirada de pessoas de Cabul, classificada pelo presidente americano Joe Biden como "uma das mais difíceis da história", mobiliza há uma semana aviões do mundo todo para resgatar milhares de pessoas bloqueadas no aeroporto da capital afegã.

Cerca de 6.000 militares americanos armados controlam o aeroporto da capital, enquanto os talibãs patrulham as ruas em volta, impedindo que muitos afegãos cheguem ao congestionado terminal.

Os EUA, que previam evacuar mais de 30 mil pessoas, entre cidadãos americanos e civis afegãos que auxiliaram suas Forças, usando suas bases no Kuwait e no Qatar, já retiraram mais de 13 mil pessoas desde 14 de agosto. Biden afirmou, porém, que não pode garantir o resultado final desta operação.

Os Estados Unidos anunciaram na sexta um acordo para que 12 países, na Europa, no Oriente Médio e na Ásia Central, auxiliem na retirada de americanos e afegãos de Cabul, recebendo voos e abrigando temporariamente essas pessoas. Alemanha, Bahrein, Cazaquistão, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Itália, Kuwait, Reino Unido, Qatar, Tadjiquistão, Turquia e Uzbequistão já estão recebendo ou passarão a receber americanos e afegãos retirados pelos EUA em trânsito.

O secretário de Estado, Anthony Blinken, responsável pela diplomacia dos EUA, também anunciou que 13 países, incluindo Chile, Colômbia e México, concordaram em abrigar refugiados evacuados pelo país.

Embora milhares de pessoas já tenham conseguido sair, há acusações contra os talibãs por perseguirem afegãos que trabalharam para a Otan e por restringirem o acesso ao aeroporto.

Multidão de afegãos no entorno do aeroporto de Cabul neste sábado (21) - Jim Huylebroek - 21.ago.21/The New York Times
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