Descrição de chapéu talibã

Exército americano destrói aviões e blindados antes de deixar Afeganistão

Sistema de defesa antimísseis também foi inutilizado, segundo general

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Washington | AFP

O Exército dos Estados Unidos destruiu aviões, blindados e um sistema de defesa antimísseis antes de deixar completamente o aeroporto de Cabul, na noite desta segunda (30), no horário local. A informação foi confirmada pelo chefe do Comando Central das Forças americanas, general Kenneth McKenzie.

As tropas do país, que deveriam concluir a retirada nesta terça (31), anteciparam-se e partiram, no último avião, às 23h59 locais (16h29 de Brasília) de segunda. A operação de saída resgatou 122 mil pessoas desde o último dia 14 de agosto, véspera da tomada da capital afegã pelo Talibã.

Último militar americano em Cabul, o general Chris Donahue, comandante da 82ª Divisão Aerotransportada do Exército, embarca para o voo final da retirada em um cargueiro C-17
Último militar americano em Cabul, o general Chris Donahue, comandante da 82ª Divisão Aerotransportada do Exército, embarca para o voo final da retirada em um cargueiro C-17 - Jack Holt/Comando Central dos EUA via AFP

Os voos finais não levaram civis; no derradeiro, os últimos a embarcar foram o embaixador Ross Wilson e o general Chris Donahue, comandante das forças militares do país em solo afegão —uma foto mostra o momento em que ele se prepara para subir no avião.

Com a saída dos americanos, as forças talibãs consolidam a volta ao poder no Afeganistão depois de 20 anos, e porta-vozes do grupo celebraram o que chamaram de independência. Uma das questões que ficam sobre a formação desse novo governo —sem contar as promessas de moderação— é seu real poderio.

Segundo McKenzie, antes de concluir a retirada das tropas, os soldados americanos "desmilitarizaram" 73 aviões. "Esses aparelhos não voltarão a voar, não poderão ser usados", afirmou. O Pentágono havia mobilizado 6.000 soldados para ocupar e manter o funcionamento do aeroporto de Cabul desde 14 de agosto e deixou no local 70 veículos blindados resistentes a minas terrestres, que valem US$ 1 milhão cada um, e 27 Humvees, uma espécie de utilitário militar. Todos esses equipamentos foram inabilitados.

O Exército americano também deixou para trás um sistema de defesa antimísseis, que deteve cinco foguetes disparados contra o aeroporto na manhã desta segunda. A ação foi reivindicada​ pelo EI-K (Estado Islâmico Khorasan), braço afegão do notório grupo terrorista, responsável pelo atentado que matou mais de 180 pessoas na última quinta (26). "Decidimos deixar esses sistemas funcionando até o último minuto", pouco antes da decolagem do último avião, indicou McKenzie.

Nos últimos dias, com o caos visto no aeroporto de Cabul, com afegãos se aglomerando em busca de uma rota de fuga e ameaças —além do atentado em si— interrompendo as operações de resgate, os EUA seguiram em uma tensa coordenação com os talibãs, avaliada pela Casa Branca como um mal menor.

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Não há, para além da contagem de McKenzie de itens inutilizados, uma estimativa acerca do arsenal deixado pelo país para trás. Alguns dos equipamentos das relativamente bem equipadas Forças Armadas afegãs também estão agora sob controle talibã. O grupo extremista tem inclusive uma Aeronáutica, que ficou com alguns dos caças brasileiros Super Tucano cujos pilotos não conseguiram escapar.

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