Descrição de chapéu Governo Biden

Prisões na fronteira dos EUA com o México batem recorde em julho

Foram quase 200 mil detenções no mês, número mais alto desde março de 2000

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Washington | Reuters

A patrulha de fronteira americana realizou quase 200 mil prisões por entrada ilegal na fronteira dos EUA com o México no mês de julho, o mais alto número mensal registrado desde março de 2000, aprofundando a crise pela qual passa a gestão de Joe Biden.

Esse tipo de detenção normalmente cresce nos meses de verão no hemisfério Norte (inverno no Brasil), e, em relação a junho, a quantidade de detenções cresceu mais de 12%.

A gestão do democrata se vê sob pressão, com o maior fluxo na fronteira com o México em 20 anos. Números expressivos têm sido registrados mês a mês —de janeiro a junho, mais de um milhão de pessoas foram presas tentando atravessar a fronteira, número que supera todas as estimativas anuais de detenção registradas desde 2005.

Imigrantes centro-americanas que foram expulsas dos EUA sob o guarda-chuva do Título 42 e enviadas de volta ao México aguardam para receberem atendimento médico - ose Luis Gonzalez - 9.ago.21/Reuters

O cenário foi classificado como sem precedentes pelo secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, durante entrevista nesta quinta-feira (12).

No Texas, ele anunciou a expansão de um sistema de solicitação online, na esperança de que imigrantes se inscrevam remotamente em vez de se dirigirem à fronteira. A ferramenta permitirá a inscrição por meio de telefones ou computadores.

“Estamos encontrando um número sem precedentes de migrantes entre os portos de entrada em nossa fronteira sul”, disse Mayorkas.

No início do dia, um grupo de autoridades eleitas no sul do Texas para se reunir com o secretário criticou o tratamento de Biden na fronteira, dizendo que os imigrantes que chegavam estavam sobrecarregando suas comunidades durante a pandemia.

"Qualquer sistema que eles estejam usando está quebrado", disse o prefeito da cidade de Laredo, Pete Saenz, um democrata, sobre a abordagem de Biden. "Isso precisa ser consertado."

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Biden, que ainda durante a corrida para a Presidência prometeu reverter as medidas adotadas por seu antecessor, o republicano Donald Trump, tem sido tímido no que tange a migração e vem sendo criticado por isso.

Mais de seis meses após tomar posse como presidente, o democrata segue utilizando uma medida da gestão Trump para expulsar imigrantes durante a pandemia de coronavírus.

A política conhecida como Título 42, de março de 2020, facilita a expulsão imediata de pessoas que tentarem entrar no país violando restrições de viagens ou de forma ilegal, sem permitir que busquem asilo.

A medida é apontada como uma das razões para o aumento das prisões, já que estaria impulsionando os casos de pessoas que cruzam a fronteira várias vezes para tentar escapar da captura. Como a regra fala em expulsão —e não em deportação—, migrantes sequer têm o direito de apresentar seu caso à Justiça, e a maioria é devolvida ao México em poucas horas.

Outra consequência da manutenção do Título 42 tem sido o alto número de crianças desacompanhadas que chegam aos EUA. Enquanto a medida de expulsão imediata é usada contra famílias e adultos, menores de idade sozinhos são encaminhados para alojamentos temporários.

Em um documento formulado no início do mês, David Shahoulian, secretário-assistente para Política de Fronteira e Migração no Departamento de Segurança Nacional, afirmou que estima-se em 19 mil o número de crianças desacompanhadas encontradas na fronteira em julho.

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