Bolsonaro desmarca entrevista na ONU em cima da hora e deve antecipar volta ao Brasil

Presidente discursou na abertura da Assembleia-Geral em Nova York nesta terça

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Nova York

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desmarcou em cima da hora uma entrevista que daria à ONU News, site de notícias da entidade, após seu pronunciamento na Assembleia-Geral, nesta terça-feira (21), em Nova York.

Pela manhã, o brasileiro foi o responsável pelo discurso de abertura do evento, em que fez um relato distorcido da situação do país, cheio de acenos à sua base radical —ignorando apelos por moderação feitos pela ala pragmática do governo.

Depois de falar no plenário, ele não compareceu à entrevista marcada com a equipe do site das Nações Unidas. Bolsonaro preferiu deixar o prédio da sede da ONU pouco após o pronunciamento.

O presidente Jair Bolsonaro, com a primeira-dama, Michelle, chega ao prédio da ONU para discursar na Assembleia-Geral da entidade
O presidente Jair Bolsonaro, com a primeira-dama, Michelle, chega ao prédio da ONU para discursar na Assembleia-Geral da entidade - John Minchillo/Pool/AFP

Desde domingo (19), quando chegou aos EUA, o presidente tem evitado a imprensa. Até a manhã desta terça, não havia parado em nenhum momento de seus deslocamentos por Nova York para responder a questões dos jornalistas que acompanham a viagem.

Ele deu apenas duas declarações soltas, na segunda (20). De manhã, em tom de ironia, disse que seu discurso seria em braile (sistema de escrita tátil usado por cegos). À noite, voltou ao tema e afirmou que usaria a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O presidente, por outro lado, fez um vídeo, publicado em sua conta no Facebook, criticando um pequeno protesto contra ele em frente à residência da missão brasileira junto à ONU, no Upper East Side, na noite de segunda. Na gravação, ele diz que há mais repórteres do que manifestantes, a quem chamou de acéfalos.

Bolsonaro não tinha eventos oficiais em Nova York em sua agenda depois da Assembleia-Geral.

À tarde, porém, ele foi com a mulher, a primeira-dama Michelle, visitar o memorial de 11 de Setembro, vizinho ao prédio One World Trade Center, onde ficavam as Torres Gêmeas —os atentados completaram 20 anos em 2021.

Presidente Jair Bolsonaro e sua mulher, Michelle, visitam memorial às vítimas do 11 de Setembro, em Nova York
Presidente Jair Bolsonaro e sua mulher, Michelle, visitam memorial às vítimas do 11 de Setembro, em Nova York - Divulgação Presidência da República

O presidente posou para fotos com apoiadores, e seguranças do local tentaram evitar a formação de aglomerações em torno do presidente. Perguntando por jornalistas sobre um balanço da viagem e de sua fala na ONU, ele respondeu com uma crítica: “Olha aí a imprensa e as distorções que vocês fizeram, então tá bom”.

Há, ainda, a expectativa de que antecipe a volta ao Brasil, marcada inicialmente para as 21h (22h pelo horário de Brasília).

Além da Assembleia em si, o presidente teve poucos compromissos oficiais. Ele se encontrou com o premiê britânico, Boris Johnson, na segunda, e com o presidente polonês, Andrzej Duda, e com o secretário-geral da ONU, António Guterres, pouco antes do pronunciamento desta terça.

Em uma rede social, o Itamaraty disse que o polonês e Bolsonaro trataram do acordo do Mercosul com a União Europeia, a entrada do Brasil na OCDE e a cooperação bilateral em assuntos de defesa. “Os presidentes ressaltaram o excelente momento das relações Brasil-Polônia, baseadas em valores compartilhados, como liberdades individuais, democracia e livre mercado”, disse a pasta.

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