Descrição de chapéu Folhajus terrorismo

Julgamento de réus do 11 de Setembro é retomado às vésperas dos 20 anos dos atentados

Processo em Guantánamo teve pausa de 18 meses devido à pandemia

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Paul Handley
Cuba | AFP

​O processo contra Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser o autor intelectual dos atentados do 11 de Setembro, e outros quatro homens foi retomado nesta terça (7), pelos EUA, às vésperas dos 20 anos dos ataques terroristas. A conclusão do julgamento, porém, ainda parece distante.

Os réus compareceram ao tribunal na base naval americana na Baía de Guantánamo, em Cuba, após uma pausa de 18 meses da ação judicial devido à pandemia de Covid-19.

Entrada do tribunal militar Camp Justice, na base naval americana na Baía de Guantánamo, em Cuba - Paul Handley/AFP

Além de promotores, intérpretes e cinco equipes de defesa, a corte contou com a presença, atrás de uma proteção de vidro, de parentes das 2.976 pessoas que morreram nos ataques de 2001 e jornalistas.

O novo (e oitavo) magistrado militar responsável pelo caso, o coronel da Força Aérea Matthew McCall, encerrou a sessão depois de duas horas e meia, por questões processuais relacionadas à sua nomeação.

A ação, que fora interrompida em fevereiro de 2020, pode ser retomada nesta quarta-feira (8), mas é possível que alguns procedimentos tenham que aguardar a próxima semana. Os cinco acusados, detidos em Guantánamo há quase 15 anos, podem ser condenados à morte por acusações de assassinato e terrorismo. Com o processo ainda em sua fase preliminar nove anos após o início —marcado ainda por acusações de tortura que os réus sofreram sob a custódia da CIA—, não se vislumbra um fim imediato.

Além de Mohamed, estão sendo julgados seu sobrinho, Ammar al-Baluchi, acusado de fazer transferências de dinheiro para realizar os ataques; Walid bin Attash, que teria ajudado a planejar o atentado; Ramzi bin al-Shibh, membro da "célula de sequestradores de Hamburgo"; e Mustafa al-Hawsawi, que atuava com Baluchi e que entrou no tribunal com um travesseiro que colocou na cadeira hospitalar reservada a ele.

Seus advogados dizem que ele tem sequelas retais de danos sofridos em interrogatórios abusivos da CIA.

McCall começou perguntando aos réus se eles entenderam as diretrizes para a audiência. "Sim", cada um respondeu, alguns em inglês e outros em seus idiomas. Em seguida, detalhou os protocolos impostos pela pandemia; nas últimas semanas, várias pessoas que participaram de audiências em Guantánamo receberam diagnóstico de Covid.

McCall baixou a máscara para falar e disse que todos deveriam permanecer com as suas, a menos que fossem à tribuna. Os advogados de defesa disseram estar ansiosos para retomar o processo. A estratégia deles é desacreditar a maioria das provas da acusação, alegando a tortura sofrida pelos cinco réus enquanto estavam sob custódia da CIA entre 2002 e 2006.

O primeiro dia teve como foco um procedimento exclusivo das comissões militares, que envolve uma avaliação da própria formação do juiz para apurar possíveis contradições. O procedimento é fundamental porque o juiz, promotores e muitos dos advogados de defesa fazem parte do corpo jurídico do Departamento de Defesa.

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