Um relatório britânico divulgou o que chama de "operação de influência" nos comentários online de 242 textos publicados por 32 veículos de mídia, como Washington Post, o francês Le Figaro, South China Morning Post e, no Brasil, a Folha, de fevereiro a abril.
Em meio a outro monitoramento que fazia, sobre a tensão entre Rússia e Ucrânia, o programa Oscar (acrônimo em inglês para Pesquisa Analítica de Comunicações de Código Aberto), da Universidade de Cardiff, detectou "sinais e traços" da ação.
Segundo o relatório, financiado pelo governo britânico, "a operação parece projetada para transmitir ideias e posições pró-Kremlin na mídia, em resposta a histórias relacionadas aos interesses geopolíticos da Rússia".
"Estão usando os 'comentários de leitor' para declarações anti-ocidentais em reação a notícias de relevância para a Rússia", descreve. "Muitas vezes elas são colocadas no início da conversa, para enquadrar as interações subsequentes."
Parte dos comentários estariam sendo usados por veículos de língua russa, monitorados pelo programa, "como base de textos sobre eventos politicamente controversos, com títulos como 'Leitores do Daily Mail dizem...'".
Segundo Martin Innes, que dirige o Oscar, "as táticas usadas tornam quase impossível atribuir responsabilidade, com base nos dados disponíveis". Ele defende que os veículos sejam "mais transparentes sobre como estão lidando com a desinformação e mais ativos em preveni-la".
A Folha é citada uma vez no relatório, por dois comentários sem identificação. A menção ao jornal foi noticiada antes pelo site MediaTalks.
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