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Após derrota, partido de Merkel troca liderança e abre caminho para sociais-democratas

Políticos da CDU abrem mão de mandatos no Parlamento para mais jovens; vencedor do pleito, SPD vê negociações para coalizão acelerarem

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Bruxelas

Depois da derrota nas eleições parlamentares alemãs no mês passado, o partido da atual primeira-ministra, Angela Merkel, a União Democrata-Cristã (CDU), decidiu reeleger toda a sua liderança.

A legenda terminou o pleito em segundo lugar, com 24,1% dos votos, o pior resultado da CDU desde o final da Segunda Guerra Mundial.

Atrás do social-democrata SPD por 1,6 ponto percentual, a agremiação teoricamente ainda poderia formar uma coalizão para governar; a decisão de renovar sua liderança, porém, praticamente enterra essa possibilidade.

Homem de terno e gravata e óculos faz um sinal de descontentamento com a boca, em frente a um cartaz onde está escrito CDU
O líder da CDU, Armin Laschet, cuja campanha eleitoral a premiê teve o pior desempenho da história do partido no pós-guerra - Tobias Schwarz - 7.out.2021/AFP

Entre os que deixarão seus cargos está o atual presidente da CDU, Armin Laschet, 60, que foi o candidato dos conservadores à sucessão de Merkel.

Laschet, que era também governador do maior estado alemão, a Renânia do Norte-Vestfália, chegou a planejar também tornar-se o líder da oposição a um governo do SPD, mas, na semana passada, anunciou que faria um “afastamento gradual” da direção do partido.

Do lado dos vencedores, o SPD, os Verdes e os liberais do FDP sinalizaram nesta terça (12) que podem começar mais cedo que o previsto negociações formais para uma coalizão de governo.

Na Alemanha, o secretário-geral dos Verdes, Michael Kellner, afirmou a jornalistas que "a quantidade de pontos de vista que temos em comum aumentou, enquanto a quantidade de diferenças diminuiu".

Uma das principais dificuldades está em pontos do programa do FDP que são radicalmente diferentes dos eventuais parceiros de governo. O partido liberal é contra aumento de impostos, por exemplo, defendido tanto pelo SPD quanto pelos Verdes.

As siglas podem decidir nesta sexta se partem para as negociações formais, o que aumentaria as chances de formar antes do Natal um novo governo na Alemanha.

Se o processo for bem-sucedido, será a primeira vez em que o país será governado por uma coalizão de três partidos —batizada, neste caso, de Semáforo, por causa das cores das agremiações: vermelho do SPD, amarelo dos liberais e verde dos ambientalistas.

Nessa configuração, o novo governo alemão teria como premiê o atual ministro das Finanças de Angela Merkel, o social-democrata Olaf Scholz, 63.

A primeira-ministra, que em 2018 anunciou que não concorreria à reeleição neste ano, continua no cargo até que um novo chefe de governo seja eleito pelos deputados.

Caso isso aconteça após o dia 19 de dezembro, ela baterá o recorde de seu padrinho político Helmut Kohl e se tornará a pessoa que por mais tempo liderou a Alemanha no período pós-guerra.

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