O ex-presidente dos EUA Bill Clinton, 75, deixou o hospital em que estava internado desde a última terça (12), na Califórnia, e retornará para a sua casa, em Nova York, após tratar uma infecção urinária.

No Twitter, o porta-voz do democrata publicou neste domingo (17) uma nota do diretor-executivo do centro médico de Irvine segundo a qual "a febre e o número de glóbulos brancos" de Clinton "estavam normalizados". Alpesh N. Amin disse ainda que o ex-presidente seguirá tomando antibióticos.

O democrata deixou o local andando e acompanhado de sua mulher, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton. Questionado por repórteres como ele estava se sentindo, fez um sinal de positivo.

Embora tivesse sido internado na terça, a notícia só veio à tona dois dias depois, na quinta-feira (14), quando ele foi transferido para a UTI. Segundo a CNN, Clinton teria sido transferido para uma unidade de terapia intensiva para manter sua privacidade e estava consciente durante todo o tempo.

O ex-presidente se sentiu mal após participar de eventos de sua fundação —para os quais viajou à Califórnia, retomando uma agenda que ficara paralisada por meses devido à pandemia de coronavírus.

O jornal americano The New York Times noticiou que, depois de passar mal, o quadro dele evoluiu de uma infecção urinária para uma sepse. O médico e comentarista da CNN Sanjay Gupta, citando a equipe médica, disse que a infecção se espalhou para a corrente sanguínea.

Clinton, que ocupou a Presidência em dois mandatos, de 1993 a 2001, tem histórico de problemas de saúde desde que deixou o cargo. Em 2004, passou por uma cirurgia para a colocação de pontes de safena, depois de ter se queixado de dores no peito e dificuldades para respirar. Em 2010, fez novo procedimento.

Anos antes, ele extraiu um carcinoma das costas, em 2001, e precisou remover uma lesão pré-cancerosa do nariz, em 1996, e um cisto benigno do peito um ano antes.

Clinton nasceu no Arkansas e foi procurador-geral e governador do estado antes de chegar à Presidência, sucedendo o republicano George H.W. Bush. Ele é casado com Hillary Clinton, que foi senadora, secretária de Estado na gestão Barack Obama e candidata a presidente —ela acabou derrotada por Donald Trump em 2016, numa campanha da qual ele participou ativamente.

Seu governo, do qual saiu com popularidade em alta, apesar de não ter feito o sucessor (Al Gore foi derrotado por George W. Bush), foi marcado por um bom desempenho da economia e por um escândalo sexual envolvendo a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky —caso classificado por ele anos mais tarde, em sua biografia, como "imoral e tolo".

O episódio rendeu ao então presidente um pedido de impeachment, com as acusações de obstrução da Justiça e falso testemunho frente a um júri de inquérito. O processo foi aprovado na Câmara em 1998, mas acabou barrado no Senado no ano seguinte, com a absolvição do democrata.