Em meio ao aumento das tensões na fronteira com a Venezuela, a Colômbia mobilizou nesta quarta-feira (6) uma nova tropa com 14 mil militares para aumentar a presença do governo na região, onde uma série de grupos armados disputam o controle da produção de cocaína.
A nova unidade é a maior tropa da história recente da Colômbia e foi alojada no departamento de Norte de Santander, uma das regiões mais violentas do país e palco de ataques recentes.
Batizada de Cenor (Comando Específico do Norte de Santander), a tropa vai combater o tráfico de drogas e o terrorismo e buscará interromper o financiamento do crime organizado.
O destacamento vai combater membros dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que rejeitaram o acordo de paz de 2016, além de guerrilhas do ELN (Exército de Libertação Nacional) e outras quadrilhas, como o Clan del Golfo, que competem pela produção de coca.
Em junho, dissidentes das Farc explodiram um carro-bomba em uma base militar próximo a Cúcuta, ferindo dezenas de pessoas. No mesmo mês, criminosos atiraram contra um helicóptero que transportava o presidente Iván Duque.
O governo afirmou que a mobilização da nova unidade militar inclui também investimentos para reduzir a pobreza e programas de erradicação de plantações ilegais. Em quase seis décadas de conflito armado na Colômbia, mais de 260 mil pessoas morreram e milhões de pessoas foram removidas de suas regiões.
A Colômbia acusa a Venezuela de abrigar quadrilhas armadas e de permitir o tráfico de drogas em troca de parte dos lucros, o que é negado pelo ditador Nicolás Maduro.
"Devemos ter certeza de que não há conluio, como o que vemos por parte da ditadura da Venezuela, na região da fronteira para patrocinar o tráfico de drogas e outros crimes internacionais", disse Duque.
O anúncio da nova tropa acontece dois dias depois de o governo venezuelano anunciar que vai abrir as fronteiras com o país, fechadas desde 2019, para retomar o comércio.
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