Descrição de chapéu partido democrata

Ex-governador de Nova York se torna alvo de ação criminal por assédio sexual

Andrew Cuomo é acusado de apalpar seio de ex-funcionária; procuradoria fala em 11 assediadas

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Belo Horizonte

Uma ação criminal acusando o ex-governador de Nova York Andrew Cuomo de contravenção sexual foi apresentada em um tribunal de Albany, capital do estado, nesta quinta (28).

Trata-se do novo capítulo envolvendo as acusações de assédio sexual contra o democrata, que renunciou ao cargo em agosto, após virem a público os resultados de uma investigação da Procuradoria-Geral.

Na denúncia, divulgada pela NBC, a vítima diz que Cuomo teria, em dezembro de 2020, colocado "a mão sob sua blusa e em suas partes íntimas". Ele ainda teria apalpado o seio da mulher "para satisfazer seus desejos sexuais". O assédio teria ocorrido na mansão do democrata, enquanto eles estavam sozinhos.

O ex-governador de Nova York Andrew Cuomo
O ex-governador de Nova York Andrew Cuomo - Timothy A. Clary - 3.mai.21/AFP

De acordo com o jornal americano The New York Times, a denunciante seria uma ex-assistente-executiva de Cuomo, que teria entrado com uma queixa criminal contra ele há dois meses. Ainda segundo a mídia local, a acusação teria resultado de uma investigação pelo promotor distrital de Albany, David Soares.

O toque forçado é uma contravenção que acarreta pena de até um ano de prisão. Para tipificá-lo, os promotores devem demonstrar que o réu agiu para degradar a vítima ou para própria gratificação sexual.

Assim, os promotores têm de provar vários elementos do crime, incluindo que o toque de Cuomo foi intencional e com força. O ex-governador e seu advogado negam qualquer ato indevido.

No início de agosto uma investigação conduzida concluiu que Cuomo teria assediado sexualmente 11 mulheres e violado leis estaduais e federais enquanto criava um "clima de medo" no ambiente de trabalho.

Segundo a procuradora-geral do estado, Letitia James, o ex-governador apalpou, beijou e abraçou mulheres sem consentimento e fez comentários inapropriados a elas. A procuradora acrescentou que o gabinete de Cuomo se tornou um lugar de trabalho "tóxico", que permitiu "que ocorressem os assédios".

Os investigadores conversaram com 179 pessoas, incluindo denunciantes e membros atuais e antigos do governo, e o inquérito apresentado na época tinha 168 páginas. Em um dos casos, Cuomo teria assediado uma agente policial. Segundo a investigação, em um elevador, o ex-governador ficou atrás da vítima e "desceu seu dedo do pescoço até sua coluna e disse: ‘Ei, você’". O governador também teria passado "sua mão aberta de seu umbigo até seus quadris, onde ela carregava a arma".

Após as denúncias, ele voltou a negar as acusações e disse que "os fatos são muito diferentes do que foi retratado". "Quero que saibam diretamente de mim que nunca toquei ninguém de forma inapropriada nem fiz insinuações sexuais inapropriadas", disse, em um discurso televisionado. "Tenho 63 anos. Vivi toda minha vida adulta à vista do público. Isso não é o que sou. E esse não é quem fui."

Nesta quinta, Letitia James voltou a citar o inquérito e comentou a ação criminal apresentada no tribunal em Albany. "As acusações criminais apresentadas hoje contra Cuomo por toque forçado validam ainda mais as conclusões do nosso relatório", disse ela em comunicado.

Uma semana depois da divulgação do inquérito, em meio a pressões eleitoral e do partido –vindas inclusive do presidente Joe Biden–, Cuomo renunciou ao cargo. Desde então, Nova York é comandado pela vice do ex-governador, Kathy Hochul, que se tornou a primeira mulher a governar o estado.

Com Reuters e The New York Times 

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