Descrição de chapéu talibã Ásia

Explosão próxima a mesquita em Cabul deixa ao menos 5 mortos e 11 feridos

Local abrigava cerimônia em memória da mãe de um porta-voz do Talibã; nenhum grupo assumiu autoria

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Cabul | AFP

Uma explosão próxima a uma das principais mesquitas de Cabul, capital do Afeganistão, neste domingo (3), deixou ao menos 5 mortos e 11 feridos, segundo informações obtidas pela agência de notícias AFP.

A mesquita Id Gah abrigava, no momento da explosão, uma cerimônia em memória da mãe de Zabihullah Mujahid, porta-voz do grupo fundamentalista islâmico Talibã, que retomou o poder no país em agosto, após a retirada das tropas ocidentais que permaneceram em território afegão por duas décadas.

O evento era de conhecimento público e foi anunciado por lideranças talibãs no sábado (2). Em uma rede social, a organização não governamental italiana Emergência, que administra um hospital em Cabul, disse ter recebido quatro pessoas que foram feridas na explosão.

Membro do Talibã em frente ao hospital para o qual foram levadas as vítimas da explosão em Cabul - Hoshang Hashimi - 3.out.21/AFP

Entre os mortos, dois eram civis e três eram combatentes do Talibã, disse à AFP um membro do Executivo afegão, que falou sob condição de anonimato. Ahmadullah, comerciante dono de uma loja localizada a poucos metros da mesquita, contou ter ouvido o barulho de uma explosão seguida de sons de tiros. “Pouco antes, os talibãs haviam bloqueado a estrada para a oração da mãe de Mujahid”, acrescentou.

A autoria do atentado ainda não foi reivindicada por nenhum grupo. Em setembro, a capital da província de Nangarhar, Jalalabad, foi palco de cinco explosões que deixaram três mortos e 20 feridos. A cidade é um reduto da filial afegã do grupo terrorista Estado Islâmico, ativa desde que o Talibã voltou ao poder.

O EI-Khorasan, como é conhecida a ramificação, também foi o responsável pela explosão no aeroporto de Cabul, em meio à retirada de civis do país, que matou mais de 170 afegãos e 13 militares americanos mortos. O grupo tem divergências com os talibãs e ameça desestabilizar o governo que o grupo fundamentalista islâmico tenta consolidar para conseguir apoio internacional.

Também neste domingo, cerca de 1.500 simpatizantes do Talibã se reuniram em Kohdaman para comemorar o retorno do grupo. Somente homens e meninos participaram do encontro, organizado em um terreno baldio, dando sequência à típica exclusão de mulheres da arena pública praticada pelo grupo.

Homens e meninos reunidos em uma cidade próxima de Cabul em apoio ao Talibã neste domingo (3) - Hoshang Hashimi/AFP

O ato começou com um desfile de homens armados vestidos com roupas de combate e que exibiam a bandeira do Talibã. Alguns deles carregavam também lança-foguetes nos ombros.

Muitos civis que participaram do encontro usavam roupas tradicionais, e a maioria estava desarmada. Quando os organizadores chegaram, eles entoaram a tradicional frase religiosa "Alá Akbar" (Deus é grande), repetida várias vezes. Alguns gritaram frases pró-Talibã.

No palanque, Mawlawi Muslim Haqqani, vice de Assuntos Religiosos do Emirado Islâmico —como os talibãs denominam seu governo—, elogiou a vitória que "marca a derrota dos cristãos e dos ocidentais".

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