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G20 chega a acordo sobre clima com poucos compromissos concretos

Documento pede ação para limitar aquecimento global a 1,5°C, mas traz poucas propostas

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Roma | AFP e Reuters

Líderes do G20 concordaram com uma declaração final neste domingo (31) que pede ação "significativa e efetiva" para limitar o aquecimento global a 1,5 °C, mas oferece poucos compromissos concretos.

O resultado de dias de duras negociações entre diplomatas deixa muito trabalho a ser feito na cúpula mais ampla do clima organizada pela ONU na Escócia, a COP26, para onde a maioria dos líderes do grupo das 20 principais economias do mundo voará diretamente de Roma.

O presidente dos EUA, Joe Biden, dirige-se a uma entrevista coletiva da cúpula do G20, em Roma
O presidente dos EUA, Joe Biden, dirige-se a uma entrevista coletiva da cúpula do G20, em Roma - Brendan Smialowski/AFP

O bloco, que inclui Brasil, China, Índia, Alemanha e Estados Unidos, é responsável por cerca de 80% das emissões globais de gases do efeito estufa. O documento final diz que os planos nacionais atuais sobre como reduzir as emissões terão de ser fortalecidos "se necessário" e não faz nenhuma referência específica a 2050 como uma data para zerar as emissões líquidas de carbono.

"Reconhecemos que os impactos das mudanças climáticas a 1,5 °C são muito menores do que a 2 °C. Manter 1,5 °C ao alcance exigirá ações significativas e eficazes e compromisso de todos os países", disse.

O limite de 1,5 °C é o que os especialistas da ONU (Organização das Nações Unidas) dizem que deve ser atingido para evitar uma aceleração dramática de eventos climáticos extremos, como secas, tempestades e inundações, e para alcançá-lo eles recomendam que as emissões líquidas sejam zeradas até 2050.

O projeto inclui uma promessa de suspender o financiamento internacional para a geração de energia a carvão até o final deste ano, mas não estabeleceu uma data para a eliminação desse tipo de energia pelos países, limitando-se a prometer fazê-lo "o mais rapidamente possível".

O G20 também não determinou uma data para a eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis, dizendo haverá esforços para fazê-lo "no médio prazo".

​Quanto ao metano, que tem um impacto mais potente, mas menos duradouro do que o dióxido de carbono no aquecimento global, o acordo atenua o texto de um projeto anterior. No projeto, os líderes reconheceram "a importância fundamental" de zerar as emissões líquidas de carbono "até a metade deste século". A Itália, que está hospedando a cúpula, fez pressão para incluir a data de 2050.

A China, o maior emissor de carbono do mundo, estabeleceu uma data-alvo posterior, para 2060, e outros grandes poluidores, como Índia e Rússia, não se comprometeram com 2050.

As 20 nações mais desenvolvidas também reafirmaram o compromisso, até agora não cumprido, de mobilizar US$ 100 bilhões para os custos de adaptação às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento. Especialistas da ONU dizem que, mesmo que os planos nacionais atuais sejam totalmente implementados, o mundo se encaminha para um aquecimento global de 2,7 °C e deve viver uma escalada na ocorrência de eventos climáticos extremos.

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