Trump exalta Bolsonaro em dia de pedido de indiciamento pela CPI da Covid

Ex-presidente americano divulga mensagem de apoio ao brasileiro

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São Paulo

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump divulgou nesta terça-feira (26) uma mensagem de apoio ao brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido).

O texto foi publicado no mesmo dia em que foi votado o relatório final da CPI da Covid no Senado. O presidente é um dos alvos de pedidos de indiciamento do texto, aprovado no começo da noite por 7 votos a 4 na comissão. A mensagem de Trump não cita o fato.

Também nesta terça o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deu início a um julgamento que pode resultar na cassação da chapa de Bolsonaro nas eleições de 2018 —a sessão foi suspensa à noite e deve ser retomada na quinta (28).

Donald Trump, ainda como presidente dos EUA, em viagem do brasileiro Jair Bolsonaro a Washington - Jim Watson - 19.mar.19/AFP

"O presidente Jair Bolsonaro e eu nos tornamos grandes amigos ao longo dos últimos anos. Ele batalha muito pelo povo e ama os brasileiros —como eu faço pelo povo americano", diz o texto. "O Brasil tem sorte de ter um homem como Jair Bolsonaro trabalhando pelo país."

A curta mensagem de Trump, intitulada "Endosso ao presidente Jair Bolsonaro", termina dizendo que o brasileiro é "um grande presidente". "Ele nunca vai decepcionar o povo desse grande país."

Bolsonaro manteve relação próxima com o hoje ex-mandatário americano enquanto este esteve no poder. No pleito do ano passado, o brasileiro fez críticas públicas ao democrata Joe Biden e disse torcer abertamente pela reeleição de Trump —que não se consumou.

O capitão reformado foi também um dos últimos líderes mundiais a parabenizar Biden pela vitória.

Hoje, ele é alvo de correntes progressistas do Partido Democrata, que, por meio de cartas enviadas a autoridades da administração federal americana, têm feito pressão para que os dois países mantenham distância diplomática até que um novo chefe do Executivo seja eleito no Brasil.

Bolsonaro e Biden nunca se encontraram desde a posse do americano —nem mesmo na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, quando um discursou na sequência do outro. Ainda assim, figuras como o assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, já estiveram com o presidente, e o chanceler Carlos França também fez uma reunião recentemente com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

Além da proximidade política, Bolsonaro seguiu Trump em estratégias como a forte presença online. O brasileiro, por exemplo, faz lives semanais nas redes sociais —a última transmissão, aliás, na qual o mandatário fez uma ligação da vacina contra a Covid com a Aids, foi removida por Facebook e Instagram. O YouTube também suspendeu o canal.

Trump está banido de redes sociais, mas, na semana passada, anunciou que criaria uma plataforma própria, em um esforço para se reinserir na discussão pública online —da qual anda em grande medida ausente justamente desde que Twitter e Facebook o expulsaram, na sequência da insurreição de 6 de janeiro, quando apoiadores invadiram o Capitólio.

O sócio do ex-presidente no novo empreendimento é a Digital World Acquisition, empresa que tem como diretor financeiro o deputado federal brasileiro Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP). Descendente da família imperial, motivo pelo qual recebeu o apelido "príncipe", é um dos mais influentes parlamentares da base de Bolsonaro.

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