Descrição de chapéu África terrorismo

Ataque suicida triplo deixa 3 mortos e mais de 30 feridos em Uganda

Estado Islâmico assumiu autoria do atentado na capital do país, Kampala

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Kampala | Reuters

Um ataque suicida triplo matou ao menos três pessoas no coração da capital de Uganda, Kampala, nesta terça-feira (16), forçando até membros do Parlamento a correr em busca de proteção. A autoria das explosões foi reivindicada horas mais tarde pelo grupo Estado Islâmico.

O episódio em Kampala chocou o país, conhecido como símbolo da luta contra terroristas islâmicos no leste da África e cujo líder passou anos cultivando apoio do Ocidente na área de segurança.

De acordo com publicação no Telegram da agência Amaq News, ligada ao EI, os autores dos ataques eram ugandenses.

Policiais investigam viaturas destruídas em local alvo de ataque de homens-bomba em Kampala, capital de Uganda
Policiais investigam viaturas destruídas em local alvo de ataque de homens-bomba em Kampala, capital de Uganda - Lawrence Kitatta/AFP

Pelo menos 33 pessoas estão recebendo cuidados médicos, incluindo cinco em estado grave, segundo o porta-voz da polícia Fred Enanga. Um diplomata disse à agência de notícias Reuters que dois agentes estão entre as vítimas, informação confirmada por Enanga, que se recusou a dar detalhes.

As explosões —uma perto da delegacia central e outra próxima ao Parlamento— fizeram com que funcionários ensanguentados corressem para buscar proteção em meio a cacos de vidro e a uma nuvem de fumaça branca que subia no centro da capital.

Com uma mochila, um dos homens-bomba realizou o ataque próximo à barreira montada na delegacia, deixando dois mortos. O segundo ataque, com dois homens-bomba em motos, matou outra pessoa.

"Veio um estrondo, o chão balançou e os meus ouvidos ensurdeceram", disse o guarda Peter Olupot, 28, que trabalha num banco e estava perto da ação realizada nos arredores do Parlamento.

Um jornalista da Reuters viu carros queimados atrás do cordão policial formado no local do ataque, e um repórter do canal local NTV Uganda afirmou ter visto dois corpos na rua. De acordo com Enanga, o porta-voz, a polícia antiterrorismo prendeu uma pessoa que se preparava para realizar um outro ataque.

A facção somali Al Shabaab, ligada à Al Qaeda, realizou uma série de atentados em Uganda no passado. Um deles, em 2010, deixou 70 mortos, em uma provável reação à participação de soldados do país no combate ao grupo como parte de uma força de paz da União Africana com apoio da ONU.

Já as Forças Democráticas Aliadas (ADF), fundadas por ugandenses muçulmanos, são hoje muito ativas nas montanhas da vizinha República Democrática do Congo, onde vêm sendo apontadas como culpadas pela morte de milhares de civis.

No mês passado, o Estado Islâmico assumiu pela primeira vez a responsabilidade por uma explosão em Uganda —um atentado a uma delegacia em Kampala em que ninguém foi morto. Posteriormente, a facção também afirmou que um "destacamento de segurança" numa "província da África Central" colocou uma bomba em um restaurante. Segundo a polícia, a ação matou um garçom e feriu outras três pessoas.

Também no último mês, a polícia de Uganda divulgou que um homem-bomba explodiu um ônibus, matando apenas a si mesmo. Sua afiliação era incerta.

Dino Mahtani, do think tank International Crisis Group, diz que o foco da ADF era, antes, limitado a acertos de contas e a controlar guerras econômicas locais. "Com a mais recente ligação com o Estado Islâmico, um número de estrangeiros do leste da África com agendas jihadistas mais globais tem se dirigido aos campos das ADF", afirmou ele.

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