Um membro do Hamas matou uma pessoa e feriu outras três em um ataque com arma de fogo na Cidade Velha de Jerusalém na manhã deste domingo (21). O atirador foi morto em seguida pela polícia.
Os disparos feriram gravemente dois civis, e um deles morreu no hospital. Eliyahu Kaye, 25, tinha acabado de chegar ao país vindo da África do Sul. Ele morreu "enquanto ia ao trabalho", segundo o órgão que administra o Muro das Lamentações, local de oração mais sagrado dos judeus.
Imediatamente após o ataque, vários policiais foram posicionados na Cidade Velha, onde o corpo do atirador permaneceu por um longo período no chão. Dois agentes tiveram ferimentos leves.
O ministro da Segurança israelense, Omer Bar-Lev, disse na TV que o agressor era um palestino membro do Hamas e que vivia no bairro de Shuafat, em Jerusalém Oriental. Segundo a polícia, ele tinha 42 anos.
"Ele era do ramo político do Hamas, não do ramo armado. Pelas imagens que temos, ele estava vestindo uma grande galabeya [traje tradicional] ou se disfarçou de judeu ortodoxo", afirmou o ministro. "A mulher dele saiu [do país] há três dias, e o filho também está no exterior. Parece que o atentado foi premeditado."
Em nota, a liderança do Hamas confirmou que o atirador, Fadu Abu Shukhaydam, era membro da organização. O movimento islâmico, no entanto, não assumiu a responsabilidade pelo ataque, realizado seis meses após o fim do último conflito entre Hamas e Israel. "Nosso mártir em Jerusalém passou a vida pregando a jihad [guerra santa]. Essa operação heroica é um aviso ao nosso inimigo e a seu governo para parar de ocupar nossa terra", disse o Hamas em um comunicado da Faixa de Gaza.
Em recente sermão em uma mesquita de Jerusalém, cuja gravação foi vista pela agência de notícias AFP, o agressor acusou os israelenses de "serem os pais da opressão, financiados por Satanás e pelos Emirados Árabes Unidos", país que reestabeleceu as relações no ano passado com Israel.
Após o ataque, o premiê Naftali Bennett exigiu reforço do sistema de segurança em Jerusalém e pediu à população que fique vigilante na véspera do feriado de Hanukkah, celebrado a partir de 28 de novembro.
Na última quarta-feira (17), um palestino de 16 anos feriu dois membros das forças de segurança israelenses com uma faca na Cidade Velha. O agressor foi morto pela polícia, o que levou a confrontos entre palestinos e forças israelenses no bairro de Issawiya, em Jerusalém Oriental, de onde o jovem era.
O presidente Yitzhak Herzog, que voou a Londres neste domingo, disse que "a comunidade internacional deve reconhecer o Hamas como uma organização terrorista", segundo comunicado de seu gabinete.
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