Descrição de chapéu aeroportos América Latina

Homem sobrevive a voo da Guatemala a Miami escondido no trem de pouso do avião; veja vídeo

Dados oficiais apontam que 129 pessoas tentaram fazer o mesmo em 74 anos, mas só 29 sobreviveram

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Miami | Reuters

Um passageiro clandestino escondido no compartimento do trem de pouso de um jato da American Airlines sobreviveu a um voo de duas horas e meia, partindo da Cidade da Guatemala para Miami, nos Estados Unidos, no sábado (27).

Após o pouso, o homem foi entregue aos oficiais da imigração dos EUA e levado a um hospital para avaliação médica.

Avião da American Airlines decola do Aeroporto Nacional Ronald Reagan de Washington
Avião da American Airlines decola do Aeroporto Nacional Ronald Reagan de Washington - Drew Angerer - 23.nov.21/AFP

O Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteira (CBP, na sigla em inglês), afirmou em nota que oficiais do aeroporto internacional de Miami prenderam um homem de 26 anos que tentou escapar da detecção no compartimento do trem de pouso da aeronave.

O comunicado também chama atenção para o risco de queda e o frio extremo em grandes altitudes, e alerta que, ao tentarem se esconder em espaços apertados de aeronaves, as pessoas enfrentam sérios perigos.

Em um vídeo, publicado por um perfil no Instagram especializado em acontecimentos de Miami, é possível ver o homem na pista de pouso do aeroporto depois da aterrissagem. Ele parece atordoado, mas está ileso, sentado na pista ao lado do avião, vestindo jeans, camiseta, jaqueta e botas.

Em nota, a American Airlines disse que seu voo 1182 da Cidade da Guatemala para Miami chegou pouco depois das 10h, no horário local, e "foi recebido pela polícia devido a um problema de segurança". A companhia não deu mais detalhes e afirmou que está ajudando na investigação.

Advogado de imigração, Angel Leal, em entrevista à rede de televisão WTVJ, disse que o guatemalteco seria detido pelo CBP enquanto aguarda uma ordem de deportação.

O Departamento de Administração da Aviação dos EUA não comentou o incidente. De acordo com números da entidade, desde 1947, 129 pessoas tentaram se esconder em trens de pouso ou nas rodas de aeronaves. Destas, apenas 29 sobreviveram à viagem.​

A Guatemala foi responsável por uma grande parte dos cerca de 1,7 milhão de migrantes apreendidos ou expulsos por agentes da fronteira dos EUA no ano passado, muitos deles centro-americanos fugindo de gangues violentas e oprimidas por pobreza.

A cifra é a mais alta já registrada pelo CBP. As travessias ilegais cresceram no período após a posse do presidente Joe Biden, em janeiro. Os meses com mais detenções, de acordo com os registros, foram julho e agosto: em cada um, mais de 200 mil migrantes foram presos entre os dois países, quando a média mensal em anos anteriores era de 50 mil.

A fiscalização na fronteira se tornou ainda um desafio político para Biden, que tem recebido críticas tanto de republicanos quanto de seus apoiadores. A decisão do governo democrata de deportar milhares de migrantes haitianos detidos na fronteira em setembro, por exemplo, fez com que o enviado especial dos EUA para o Haiti, Daniel Foote, renunciasse e descrevesse a conduta do governo como desumana.

O democrata também é alvo de críticas por manter vigente a medida conhecida como Título 42. Estabelecida pelo ex-presidente Donald Trump em março de 2020 sob o pretexto de auxiliar a conter o avanço da pandemia de Covid-19, a ordem de saúde pública permite a expulsão imediata de pessoas que forem detidas tentando entrar pela fronteira de forma ilegal, sem que elas possam solicitar asilo.

Era esperado que Biden, ao assumir a Casa Branca, deixasse de aplicar o Título 42, apontado como uma das principais alavancas para o salto na quantidade de detenções. Desde o início do mandato, porém, a medida continua em uso.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.