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Israel aprova Orçamentos, evita 5ª eleição em 3 anos e dá força a premiê

Maratona no Parlamento incluiu voto errado que levou a adiamento de chancela final no plenário

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Florianópolis

Três anos e meio, quatro eleições e uma maratona de votações depois, Israel conseguiu ter os Orçamentos de 2021 e 2022 aprovados dentro do prazo no Parlamento, evitando assim uma nova crise no país que poderia levar a um novo pleito.

A maratona para aprovar as contas começou na tarde de quarta-feira (3), no horário local. A série de votações avançou noite adentro, e o Orçamento de 2021, de US$ 194 bilhões, foi aprovado às 5h desta quinta (4), meia-noite em Brasília, com 61 parlamentares a favor e 59 contra.

Parlamentares discutem Orçamento de 2021 no plenário do Knesset
Parlamentares discutem Orçamento de 2021 no plenário do Knesset - Gil Cohen Magen/Xinhua

O premiê Naftali Bennett, eleito em junho, comemorou no Twitter o andamento dos trabalhos no Knesset (o Parlamento local). "É um dia para celebração para o Estado de Israel", escreveu. "Após anos de caos, estabelecemos um governo, superamos a variante delta [da Covid-19] e agora, graças a Deus, aprovamos um Orçamento para Israel."

Na sequência, por 61 votos a 57 passou um pacote econômico (cujas medidas incluem a remoção de barreiras à importação e a simplificação de regulamentações) que havia sido incentivado pelo Banco de Israel.

Faltava, porém, a chancela para o Orçamento de 2022 —que poderia ser votada até março do próximo ano. "Ainda temos uma longa jornada pela frente", prenunciou nas redes sociais o ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, que lidera o partido centrista Yesh Atid. Pois os trabalhos dos parlamentares enfatizaram o adjetivo usado pelo chanceler.

Tudo parecia acertado para aprovar as contas para 2022, mas a decisão precisou ser adiada após uma integrante da coalizão votar, de forma equivocada, contra uma das centenas de cláusulas do pacote, já tarde da noite nesta quinta.

A trabalhista Emillie Moatti alegou que apertou o botão errado ao analisar a aprovação de fundos para construir salas de aula. O empate em 59 a 59 resultante da trapalhada significaria a derrota da medida, segundo o jornal Times of Israel.

De acordo com a parlamentar, a falha ocorreu devido à longa jornada da noite anterior e ao fato de ela ter dormido apenas duas horas. Para se desculpar, ela distribuiu flores a membros da coalizão.

Seu erro, aliás, não foi o único. O ex-premiê Binyamin Netanyahu, hoje líder da oposição, acabou votando com os governistas por engano por mais de uma vez. Ao comentar o assunto, aproveitou para alfinetar o atual primeiro-ministro no Twitter. "Qualquer um pode se equivocar ao votar, basta perguntar aos eleitores de Bennett."

O esclarecimento sobre o posicionamento de Moatti forçou uma nova discussão do plano de 2022 no Comitê de Finanças, antes que ele pudesse retornar para apreciação do plenário.

E, apesar de ser apenas uma etapa técnica, a sessão também teve sua cota de confusão, de acordo com o relato do Times of Israel. O presidente da comissão, Alex Kushnir (Israel Nossa Casa), expulsou da discussão a opositora Orly Levy-Abekasis (Likud). Enquanto funcionários do Knesset tentavam retirá-la do local, a parlamentar repreendeu uma delas, apontando o dedo. "Tire suas mãos de mim. Você é impertinente. Não me toque."

Após o episódio, a sessão foi retomada e, já na madrugada desta sexta (5), o Orçamento do ano que vem, no valor de US$ 183 bilhões, foi aprovado no comitê, para mais tarde, por volta das 3h (horário local), ser chancelado no plenário por 59 votos a favor e 56 contra.

Para Bennett, assim que as contas fossem aprovadas, Israel entraria em uma "era diferente".

"O governo é estável, e sabemos exatamente para onde levar o país", disse. Até conseguir aprovar os Orçamentos, Israel vivia com uma versão do plano de 2019, o que economistas apontavam como algo que atrapalhava o crescimento.

A eleição do premiê em junho encerrou uma estagnação política iniciada em dezembro de 2018, com quatro pleitos antecipados no período, durante o qual nenhum Orçamento foi aprovado.

Com uma coalizão que uniu oito partidos, da esquerda radical à direita nacionalista, a chegada de Bennett ao poder colocou fim a 12 anos de Netanyahu no poder. A aprovação do Orçamento, portanto, chancela a força do premiê israelense.

Com AFP e Reuters

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