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Longas filas e calor em Santiago marcam 1º turno da eleição presidencial no Chile

Presidente Sebastián Piñera pede que celebrações dos resultados sejam pacíficas

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Santiago

Numa manhã em que a temperatura em Santiago chegou aos 31ºC, eleitores formaram longas filas neste domingo (21) para escolher o próximo presidente do Chile e renovar boa parte do Congresso.

Apesar do horário estendido de votação, das 8h às 18h —uma tentativa de evitar aglomerações devido à pandemia de coronavírus—, houve espera de até uma hora em diversos locais de votação.

Cada voto correspondia a uma cédula, que devia ser dobrada várias vezes, etiquetada, fechada e depositada em urnas separadas pelo cargo em disputa. Assim, alguns eleitores tiveram mais dificuldades para realizar o procedimento que outros, gerando lentidão no processo.

Eleitora em local de votação em Santiago, capital do Chile, durante primeiro turno da eleição presidencial
Eleitora em local de votação em Santiago, capital do Chile, durante primeiro turno da eleição presidencial - Martin Bernetti/AFP

Até às 14h, ainda não haviam sido divulgados dados de comparecimento. Jaime Bellolio, porta-voz do governo, porém, disse que "os primeiros informes mostram que a participação está sendo muito boa".

O candidato que lidera as pesquisas, o ultradireitista José Antonio Kast, votou na comuna de Paine, na região metropolitana de Santiago, e celebrou uma "campanha cidadã, sem tanta tensão como outras".

O pinochetista não quis falar sobre possíveis apoios para o segundo turno. "Foi uma campanha que integrou muito, na qual pudemos ir a vários pontos do Chile, gerando expectativa e ânimo. Muito além do resultado, estamos contentes com o que conquistamos, por termos gerado tanta esperança."

Já o esquerdista Gabriel Boric, segundo colocado nas pesquisas, votou em Punta Arenas, na Patagônia, onde vive. Houve demora porque, ao chegar ao local de votação, ele percebeu que havia esquecido o título de eleitor no carro. "É um momento histórico, a esperança deve vencer o medo. Espero que as pessoas entendam quem são os protagonistas desta história. Há momentos na história do Chile em que certas gerações aparecem de modo forte, e é um orgulho ser parte de uma geração que decidiu ser protagonista."

O centro-direitista Sebastián Sichel, por sua vez, buscou tirar votos de Kast com um discurso antipolarização. Numa escola no bairro de Las Condes, em Santiago, onde votou, o candidato disse ver que há "gente votando como uma questão identitária, para mostrar que são mais de direita que outros".

"Há uma maioria silenciosa de chilenos que quer votar contra a polarização. Convido aos eleitores de direita que votem em uma candidatura que tenha viabilidade de ganhar de Gabriel Boric."

Do outro lado do espectro ideológico, a centro-esquerdista Yasna Provoste votou na região do Atacama e fez um discurso mais amplo, dizendo que "essas eleições vão além de um pleito meramente presidencial".

O atual líder do país, Sebastián Piñera, votou cedo no Estádio Municipal de Las Condes. Diante de um ciclo eleitoral influenciado pelos grandes protestos iniciados em 2019, com muitos episódios de violência, o presidente chileno pediu que as comemorações dos resultados deste primeiro turno sejam pacíficas.

"Hoje temos eleições, mas vamos continuar vivendo em nosso país, e nunca nos esqueçamos de que, apesar de todas as diferenças, é muito mais o que nos une do que o que nos separa. O Chile precisa de autoridades que nos ajudem a enfrentar melhor os problemas, os desafios e as oportunidades."

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