O Parlamento da Suécia elegeu nesta segunda-feira (29), pela segunda vez em menos de uma semana, a líder dos social-democratas, Magdalena Andersson, como primeira-ministra do país.
Primeira mulher no cargo de chefe de governo na Suécia, a ex-ministra da Economia obteve votação semelhante na semana passada, mas renunciou horas depois, em meio a disputa em torno do Orçamento.
Andersson foi eleita com 101 votos favoráveis, 173 votos contrários e 75 abstenções. Na Suécia, um governo é aprovado se a maioria absoluta (175 deputados) não votar contra a candidatura.
A primeira-ministra formará agora um governo minoritário formado apenas por seu próprio partido. Os social-democratas detêm 100 cadeiras das 349 do Parlamento e terão que contar com o apoio de vários outros partidos para aprovar suas políticas. Desde 1979, um governo não tinha tão pouco apoio direto.
Para complicar o quadro, Andersson terá que governar com um Orçamento formulado parcialmente por três partidos de oposição, incluindo os democratas suecos anti-imigração, cujo avanço na última década está no centro de uma turbulência política no país. "Como todos os governos minoritários, buscaremos cooperação com outros partidos e vejo boas oportunidades para fazê-lo", disse ela, em entrevista coletiva.
"Os social-democratas têm o maior grupo no Parlamento por uma ampla margem. Também temos longa tradição de cooperação e estamos prontos para fazer o que for necessário para levar a Suécia adiante."
O líder de oposição de direita, Ulf Kristersson (Moderados), descreveu a nova gestão como um "governo provisório de nove meses", incapaz de realizar muito na corrida para as eleições de setembro de 2022.
Ao contrário dos outros países nórdicos, a Suécia nunca teve uma primeira-ministra. A posição foi preenchida até agora por 33 homens desde sua criação, em 1876.
Andersson era ministra das Finanças do governo do premiê Stefan Löfven, que renunciou depois de sete anos no cargo. O desafio dela será conseguir manter os social-democratas no poder, no momento em que o partido registra seu menor índice histórico de aprovação.
Löfven havia conseguido formar uma coalizão minoritária dos social-democratas com os Verdes, além de manter o apoio dos partidos Esquerda e Centro. Esse complexo equilíbrio agora colapsou, com o Centro tendendo à direita e desconfiado da crescente influência do Partido de Esquerda.
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