Um americano de 52 anos morreu no último domingo (12) vítima de Covid-19 após a esposa entrar na Justiça para conseguir o direito de tratá-lo com ivermectina, remédio ineficaz para a doença e que não tem autorização do FDA (Food and Drug Administration), órgão equivalente à Anvisa nos Estados Unidos, para o tratamento da infecção pelo coronavírus.
Segundo a imprensa americana, Keith Smith, engenheiro que vivia em York, na Pensilvânia, recebeu o diagnóstico de Covid em 10 de novembro, passou três semanas internado e estava intubado desde 21 de novembro.
Foi a esposa dele, Darla Smith, com quem estava casado havia 24 anos, quem entrou na Justiça para obrigar o hospital a tratar o marido com ivermectina, remédio usado para tratamento de piolho e sarna. Mesmo sem eficácia, o remédio foi amplamente usado ao redor do mundo e inclusive prescrito por médicos sem restrição no Brasil.
A ideia de recorrer à Justiça, segundo o jornal York Daily Record, surgiu após Darla ler sobre casos similares na Justiça do condado, todos com a ajuda do mesmo advogado, que vive em Buffalo, no estado de Nova York.
Para entrar com a ação, ela teve a ajuda de um grupo que advoga pelo uso do medicamento, sugere endereços onde comprar o remédio, fornece vídeos e tutoriais para aplicação e tem inclusive uma loja que vende roupas e acessórios com elogios à ivermectina e críticas ao que chama de censura.
Em 3 de dezembro, um juiz de York decidiu não obrigar o hospital a fazer o tratamento com o remédio, mas permitiu que Darla procurasse um médico independente para administrar o medicamento. Keith recebeu duas doses de ivermectina, a primeira em 5 de dezembro, dois dias após a decisão.
O estado de saúde do paciente, porém, piorou, e o tratamento foi suspenso, até que ele morreu no domingo. Não se sabe se ele estava vacinado contra a Covid-19. Darla havia escrito, segundo o York Daily Record, que não tinha certeza se o remédio seria eficaz, mas que queria tentar de qualquer forma.
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