Biden determina metas para neutralizar emissões de carbono do governo até 2050

Administração deve operar com fontes de energia não poluentes até 2030 e parar de comprar veículos a gasolina até 2035

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São Paulo

O presidente dos EUA, Joe Biden, assinou nesta quarta-feira (8) uma série de ordens executivas para tornar o governo federal neutro nas emissões de carbono, em mais um avanço em sua agenda ambiental.

O plano determina dois prazos. Até 2030, o governo deve operar só com eletricidade não poluente e, até 2035, parar de comprar veículos a gasolina para adquirir uma frota que não emita gases do efeito estufa. O democrata estabeleceu ainda 2032 para que emissões de edifícios do governo caiam pela metade.

O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa sobre pacote social e ambiental na Casa Branca
O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa sobre pacote social e ambiental na Casa Branca - Leah Millis - 6.dez.21/Reuters

Assim, Biden quer transformar os 300 mil edifícios e 600 mil veículos oficiais, além de usar US$ 650 bilhões para bens e serviços, para atingir a meta de neutralizar a emissão de carbono até 2050.

Desde que tomou posse, em janeiro, o democrata pretende usar sua gestão como modelo e incentivo para mercados de energia verde. No início do ano, apresentou um pacote sobre o clima com diversas iniciativas, como a suspensão de novas explorações de gás e petróleo em terrenos e águas públicas, a revisão dos contratos vigentes de exploração e a neutralização de emissões de carbono até 2050.

Já naquela época, ele havia prometido adquirir uma frota de veículos com zero emissões de carbono. O plano, porém, dependia da chancela do Congresso. Algumas das medidas foram incluídas no pacote de infraestrutura, já aprovado, e no social e ambiental, que ainda precisa passar no Senado.

O primeiro, por exemplo, prevê US$ 7,5 bilhões para ampliar a rede de recarga de veículos elétricos e mais US$ 5 bilhões para a compra de ônibus escolares elétricos e híbridos. Já o segundo estabelece US$ 555 bilhões para o combate aos efeitos das mudanças climáticas, como incentivos para fontes de energia menos poluentes e verbas para reflorestamento.

Com as ordens executivas desta quarta, Biden estabelece um prazo para a transição prometida, mas o texto traz uma ressalva: a implementação depende da disponibilidade de verbas, já que veículos elétricos costumam ter preço mais elevado, e gastos extra quase sempre dependem de aprovação do Congresso.

Para um especialista ouvido pelo New York Times, se implementadas, as medidas podem dar um impulso importante ao mercado de energia limpa. "É uma estratégia similar à que a China adota com bastante sucesso, alavancando o poder de compra do governo para criar demandas que o mercado possa atender", disse Joshua Freed, vice-presidente para Clima e Energia da Third Way, grupo de pesquisa democrata.

"O governo federal, em muitas áreas, é um dos maiores, se não o maior comprador", acrescentou ele, ressaltando que o gasto federal, na prática, é de US$ 5 bilhões. Freed disse ainda que determinar padrões para produtos mais sustentáveis teria uma grande influência no setor privado.

Com The New York Times

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