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Conselheira de Boris renuncia após vídeo sobre festa em Downing Street durante lockdown

Jornal afirma ter havido celebrações em meio a restrições em 2020; premiê pediu desculpas

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Londres | Reuters

Uma conselheira do premiê do Reino Unido, Boris Johnson, renunciou ao cargo nesta quarta (8), após vir à tona um vídeo em que ela aparece rindo de uma festa que teria sido realizada em Downing Street, sede do governo, durante a época de Natal no ano passado, quando celebrações presenciais estavam proibidas.

Boris pediu desculpas no Parlamento, mas disse que sua equipe assegurou não ter havido uma festa.

Boris Johnson no Parlamento nesta quarta-feira (8)
Boris Johnson no Parlamento nesta quarta-feira (8) - PRU/AFP

O vídeo foi exibido pela ITV na noite desta terça (7) e mostra Allegra Stratton, que à época era assessora de imprensa do primeiro-ministro, ensaiando para uma entrevista coletiva diária na sede do governo.

Nas imagens, um assessor de Boris pergunta a Stratton, como se fosse um jornalista: "Acabei de ver relatos no Twitter de que houve uma festa de Natal na noite de sexta em Downing Street. Você admite esses relatos?". Stratton ri e responde: "Eu fui para casa". Depois, gargalha e sorri. "Espere aí. Hã... ui...". Enquanto ela olha para cima, outro assessor diz: "Não foi uma festa, foi um evento de queijos e vinhos".

Stratton então volta a ensaiar uma resposta. "Essa festa fictícia foi uma reunião de negócios... E não teve distanciamento social". Diante da repercussão do episódio, a conselheira divulgou nesta quarta-feira um comunicado afirmando ter oferecido sua renúncia ao primeiro-ministro. "Vou me arrepender dessa fala pelo resto dos meus dias e ofereço minhas profundas desculpas a todos vocês", afirmou.

No último dia 30 de novembro, o jornal Mirror fez uma reportagem afirmando ter havido diversas festas de Natal na sede do governo britânico, incluindo uma reunião regada a vinho com cerca de 40 a 50 pessoas.

Desde então, Boris e sua equipe vêm negando que alguma regra tenha sido violada nas reuniões do final de 2020. Nesta quarta, o premiê disse ter ficado furioso com o vídeo, mas acrescentou que sua equipe negou diversas vezes que tenha havido celebrações. "Peço desculpas sem ressalvas pela ofensa que isso causou em todo o país e peço desculpas pela impressão que dá", disse o primeiro-ministro ao Parlamento.

Segundo o premiê, ações disciplinares serão tomadas caso seja constatado que regras foram quebradas. "Mas eu repito... Garantiram-me repetidamente, desde que essas alegações surgiram, que não houve festa e que nenhuma regra foi quebrada." Uma porta-voz do governo não quis comentar, segundo a Reuters.

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