Descrição de chapéu Ásia tênis

Peng Shuai, estrela chinesa do tênis, agora nega ter feito acusações de assédio sexual

Esportista afirma que publicação em que citava ex-vice-premiê Zhang Gaoli foi mal interpretada

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Pequim | Reuters

A tenista chinesa Peng Shuai, 35, disse neste domingo (19) que nunca acusou alguém de tê-la assediado sexualmente e que uma publicação em rede social que fez no mês passado foi mal interpretada.

Peng gerou preocupação na comunidade esportiva e em grupos de direitos humanos depois de ter acusado o ex-vice-premiê chinês Zhang Gaoli de ter tentado forçá-la a ter relações sexuais no passado. Após a publicação, ela não apareceu em público por quase três semanas.

Mulher vestindo roupas esportivas com raquete e bolinha nas mãos
A tenista Peng Shuai durante partida do Aberto da China - Damir Sagolj - 5.out.16/Reuters

"Primeiramente, eu preciso reforçar um ponto que é extremamente importante. Eu nunca disse ou escrevi que alguém me assediou sexualmente, eu tenho que deixar isso muito claro", afirmou Peng em um vídeo publicado por Lianhe Zaobao, um veículo de mídia de Singapura.

Trata-se da primeira vez que a tenista fala do caso publicamente. Ela deu a declaração nos bastidores de um evento de esqui cross-country em Xangai do qual participou. Peng disse ainda que a publicação que fez no Weibo, espécie de Twitter chinês, e foi removida rapidamente, era um "assunto particular".

A esportista também afirmou no vídeo que "as pessoas têm muitos mal entendidos" sobre a publicação, sem dar mais detalhes, e que vivia em sua casa em Pequim sem supervisão. Ela não fez menção a Zhang.

A agência de notícias Reuters não conseguiu entrar em contato com Peng desde a publicação no Weibo.

A Associação de Tênis Feminino (WTA, na sigla em inglês), que mais cedo neste mês disse que iria suspender seus torneios na China imediatamente devido à preocupação em relação ao tratamento dispensado a Peng e ao bem-estar de outras jogadoras, continuou exigindo uma investigação.

"Foi bom ver Peng Shuai em um ambiente público novamente, e esperamos que ela esteja bem", disse a entidade em nota. "Como temos afirmado, essas aparições não aliviam ou resolvem as preocupações relevantes sobre o bem-estar dela e sua capacidade de se comunicar sem censura ou coerção."

A WTA acrescentou que segue "firme no pedido de uma investigação transparente, justa, completa e sem censura das alegações de assédio sexual, que é o problema que deu origem à preocupação inicial".

A China não comentou a publicação inicial de Peng, mas disse, após a decisão da WTA de suspender torneios no país, que "se opõe à politização do esporte". Zhang não se pronunciou sobre o assunto.

O ex-vice-premiê chinês Zhang Gaoli - Wang Ye - 28.ago.17/Xinhua

Debates sobre o escândalo, que surgiu no momento em que Pequim se prepara para receber as Olimpíadas de Inverno, em fevereiro, têm sido censurados na China.

Peng disse no vídeo divulgado no domingo que ela havia escrito no mês passado uma carta para o chefe da WTA, Steve Simon, em que negava as acusações de assédio e que uma tradução em inglês do documento divulgada pela mídia estatal chinesa estava correta.

Simon, por sua vez, disse à época ter dificuldade em acreditar que a própria Peng tenha escrito o email ou nas declarações atribuídas a ela. O Comitê Olímpico Internacional (COI), preocupado com as repercussões em torno dos Jogos de Inverno na capital chinesa, realizou duas chamadas de vídeo com a tenista.

No evento em Xangai neste domingo, Peng apareceu ao lado de atletas de várias modalidades, incluindo o ex-jogador de basquete Yao Ming, e assistiu ao evento por cerca de 30 minutos, segundo o Lianhe Zaobao.

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