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Estridente editor-chefe de jornal porta-voz do Partido Comunista Chinês deixa cargo

Hu Xijin alçou propaganda chinesa ao cenário internacional com tabloide Global Times e comentários inflamados no Twitter

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Xangai | Reuters e AFP

Hu Xijin, uma das vozes pró-nacionalismo chinês mais inflamadas e conhecidas no cenário internacional, anunciou nesta quinta-feira (16) sua aposentadoria do cargo de editor-chefe do jornal estatal Global Times.

Com milhões de seguidores no Weibo (rede social chinesa) e 460 mil seguidores no Twitter, rede bloqueada na China, Hu, 61, não é um porta-voz oficial do regime, mas defende a linha do partido em assuntos que vão da gestão da Covid-19 a disputas com a Austrália e os Estados Unidos.

Hu Xijing em foto de uma de suas redes sociais
Hu Xijing em foto de uma de suas redes sociais - Reprodução

Desde que ele assumiu as rédeas do Global Times, em 2005, o tabloide alcançou 67 milhões de seguidores no Facebook e no Twitter, permitindo que a propaganda chinesa atingisse um público global.

Hu anunciou sua saída do cargo em uma postagem no Weibo, mas afirmou que continuará cooperando como "comentarista especial" do veículo, que é publicado pelo Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista.

"De agora em diante, como comentarista especial do Global Times, continuarei a contribuir com meus esforços para o desenvolvimento do Global Times e continuarei a fazer o meu melhor pelas notícias do Partido e pela opinião pública", postou.

Descrevendo-se como um ex-manifestante pró-democracia que se tornou um "honesto" editor de jornal, Hu acompanhou uma nova era de nacionalismo assertivo e declarado sob a liderança de Xi Jinping.

Recentemente, foi o responsável por tuitar um vídeo da tenista Peng Shuai, que havia desaparecido dos holofotes após acusar um líder comunista de abuso sexual, para tentar tranquilizar a comunidade internacional sobre seu bem-estar.

Seus comentários no Twitter e na coluna que mantém no jornal, Hu Says, são frequentemente citados pela mídia estrangeira.

Muitos deles são estridentes e polêmicos: no ano passado, Hu comparou a Austrália a um "chiclete grudado na sola do sapato da China", depois que Camberra pediu que as origens da Covid-19 fossem investigadas. Ele também chamou o Reino Unido de "prostituta pedindo uma surra", após navios de guerra britânicos navegarem por águas sob disputa.

Hu já foi repórter do People's Daily e cobriu a guerra da Bósnia na década de 1990, afirma o Global Times em seu site.

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