Descrição de chapéu Coronavírus

Foto mostra Boris em evento social na sede do governo britânico durante confinamento

Imagem, obtida pelo Guardian, contradiz afirmações de que não teria havido festa em Downing Street em maio de 2020

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São Paulo

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, aparece em uma foto em um evento regado a queijo e vinho, sem distanciamento social, no jardim da sede do governo do Reino Unido, sugerindo uma possível violação do confinamento imposto por sua gestão para frear o avanço da Covid.

A imagem, obtida pelo jornal The Guardian, contradiz afirmações anteriores de que não teria havido uma festa em Downing Street no dia 15 de maio de 2020. De acordo com a versão do porta-voz de Boris, assessores do premiê estavam trabalhando no jardim durante a tarde e a noite daquele dia.

Imagem mostra Boris e Carrie Johnson, garrafas de vinho e falta de distanciamento social - The Guardian

Na última quinta-feira (16), os jornais The Guardian e The Independent publicaram reportagem segundo a qual fontes disseram que um grupo de cerca de 20 funcionários do governo fez uma festa naquele dia.

À época, havia uma a orientação para que reuniões entre pessoas de lares diferentes fossem limitadas a dois indivíduos em local aberto e que se mantivesse distanciamento de 2 metros entre os participantes.

A vice-líder do Partido Trabalhista, de oposição, disse ao Guardian que a foto é "um tapa na cara da pppulação britânica". "O primeiro-ministro consistentemente nos mostra que ele não tem apreço pelas regras que ele impõe aos demais. Supostas festas e bebedeira até tarde da noite [na residência oficial], enquanto o resto de nós estava até recentemente limitado a uma caminhada por dia".

A foto se soma a uma série recente de escândalos, que começou com a revelação de uma festa que teria sido realizada em Downing Street durante a época de Natal de 2020, quando celebrações presenciais estavam proibidas em razão de restrições. O episódio levou à renúncia de uma assessora de Boris.

Também pesa contra Boris um episódio em que ele foi responsabilizado —e seu partido, multado— por uma reforma feita na residência oficial com verba não declarada oriunda de uma doação privada.

Há ainda queixas contra o premiê por tentar mudar normas parlamentares para ajudar aliados políticos, por suas férias luxuosas no exterior, pelos vínculos duvidosos com algumas empresas e por acusações de clientelismo na designação de cadeiras na Câmara dos Lordes (equivalente ao Senado).

Ademais, na sexta (17), o Partido Conservador, de Boris, perdeu a eleição em North Shropshire por uma cadeira no Parlamento. Embora o resultado não ameace a maioria conservadora, a legenda dominava a região há quase 200 anos e nunca havia sido derrotado desde que foi criada na forma atual, em 1983.

Boris também enfrenta uma rebelião dentro de seu partido. Nesta semana, na votação do chamado Plano B, com um novo conjunto de restrições para frear o avanço da variante ômicron do coronavírus, correligionários do premiê descreveram as medidas como atentados às liberdades individuais e dezenas foram na contramão das medidas. No fim das contas, a medida foi aprovada graças ao apoio da oposição.

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