O número de mortos nas Filipinas após a passagem do tufão Rai, um dos mais letais a atingir o país nos últimos anos, chegou a pelo menos 375, de acordo com informações divulgadas pelas autoridades policiais nesta segunda-feira (20). Cerca de 500 pessoas ficaram feridas, e outras 56 estão desaparecidas.
O tufão atingiu as Filipinas na última quinta (16) com ventos de 195 km/h. O país do Sudeste Asiático é um dos mais vulneráveis às mudanças climáticas e registra quase 20 tufões e tempestades severas por ano. A passagem do Rai tem sido descrita por organizações locais como um desastre total.
Os esforços para levar alimentos e água às ilhas devastadas prosseguem. Mais de 300 mil pessoas abandonaram suas casas e hotéis à beira-mar para fugir do tufão, e o balanço de vítimas pode aumentar à medida que as agências governamentais avaliam a dimensão do desastre em território nacional.
Várias áreas ficaram sem comunicação e energia elétrica, e muitas casas foram destelhadas. "Nossa situação é desesperadora", disse Ferry Asusción, vendedor ambulante da cidade de Surigao. O governador de Bohol, popular destino turístico, informou que a região registrou 94 mortes e declarou estado de emergência no local, onde a destruição de casas e as perdas agrícolas ainda estão sendo calculadas.
Retroescavadeiras e tratores têm sido usados para desobstruir estradas bloqueadas pela queda de postes e árvores. Nas ilhas Dinagat, que registraram 14 mortes, a governadora Arlene Bag-ao disse que os danos causados são uma lembrança, igual ou pior, da destruição causada pelo supertufão Haiyan, em 2013, o mais violento já registrado nas Filipinas, com mais de 7.300 pessoas mortas ou desaparecidas.
Durante o encerramento da tradicional oração do Angelus, neste domingo (19), o papa Francisco expressou solidariedade com as Filipinas, país majoritariamente católico. "Possa o santo menino levar conforto e esperança às famílias com mais dificuldades", disse o pontífice.
O Rai atingiu as Filipinas após uma temporada de tufões, e cientistas alertam que o fenômeno está se tornando cada vez mais intenso devido à emergência climática. No sábado, o Rai se afastou, avançando pelo Mar da China Meridional e, no domingo, estava perto da costa do Vietnã, movendo-se para o norte.
O secretário de Defesa filipino, Delfin Lorenzana, disse a repórteres nesta segunda que a prioridade é levar suprimentos e cuidados médicos aos feridos. Lorenzana ordenou que as Forças Armadas usem todos os recursos disponíveis e que enviem mais tropas para as regiões afetadas, se necessário.
O presidente Rodrigo Duterte, que se prepara para deixar o cargo em 2022, quando serão realizadas eleições, visitou as áreas atingidas no fim de semana e prometeu fundos de cerca de 2 bilhões de pesos filipinos (R$ 223 milhões) para ajudar nos esforços nacionais.
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