No primeiro discurso de Natal desde a morte do príncipe Philip, transmitido aos britânicos neste sábado (25), a rainha Elizabeth 2ª falou sobre a perda do marido com tom pessoal incomum para a monarca.
A rainha disse que, embora o Natal seja uma época de felicidade para muitos, pode também ser difícil para aqueles que perderam entes queridos. Neste ano, afirmou, ela entendeu o motivo. Philip, o mais longevo consorte da história do Reino Unido, morreu em abril, aos 99 anos. Ele e Elizabeth casaram-se em 1947.
"O senso de serviço à nação, a curiosidade intelectual e a capacidade de se divertir em todas as situações eram irreprimíveis", disse a rainha, em homenagem ao marido, na tradicional mensagem gravada. "Aquele olhar de indignação brilhou tanto no final [de sua vida] como quando o vi pela primeira vez."
Elizabeth, 95, que neste ano teve de cancelar alguns compromissos após receber recomendações médicas de repouso devido a complicações de saúde, disse que sabia que Philip gostaria que a família aproveitasse o Natal e fosse feliz, apesar da ausência de sua "risada familiar".
Ela fez o discurso atrás de uma mesa sobre a qual estava uma foto dela e de Philip, de braços dados e sorrindo um ao outro. O registro foi feito em 2007, quando o casal comemorava bodas de diamante.
A rainha estava com um broche de safira que usou em sua lua de mel e na comemoração do aniversário de 60 anos de casados. Fotos dela e do marido em vários momentos eram exibidas enquanto ela falava.
Devido à pandemia de Covid-19, Elizabeth passa o Natal no castelo de Windsor, a oeste de Londres, pelo segundo ano consecutivo, uma ruptura na tradição real de comemorar a festa em Sandringham.
Fontes ligadas à família real dizem que a decisão representa uma abordagem preventiva em relação à variante ômicron do coronavírus, que se espalha rapidamente pelo Reino Unido, levando à explosão de novos casos diários e à reintrodução de medidas restritivas para conter o novo surto. Membros da família, como o príncipe Charles, filho de Elizabeth e primeiro na linha de sucessão ao trono, e sua esposa, Camilla, devem visitá-la em Windsor. Não é esperado, porém, que a rainha faça uma aparição pública.
Neste sábado, a polícia prendeu um homem de 19 anos depois de ele furar a segurança do castelo de Windsor portando uma arma. O homem não entrou em nenhum edifício e permanece sob custódia.
Ainda na mensagem transmitida na TV, Elizabeth falou sobre as comemorações do Jubileu de Platina, no ano que vem, quando ela completa 70 anos no trono. Ela é quem por mais tempo reinou na história do país, desde que, em 2015, ultrapassou sua tataravó, a rainha Vitória, que ocupou o trono de 1837 a 1901.
Elizabeth disse esperar que o jubileu seja uma oportunidade para "agradecer pelas enormes mudanças sociais, científicas e culturais das últimas sete décadas e para olhar para o futuro com confiança".
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