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Reino Unido confirma primeira morte pela variante ômicron do coronavírus

Cepa deve representar maioria dos novos casos de Covid nas próximas horas, segundo premiê Boris Johnson

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Londres | Reuters e AFP

​​​​​​​​​Pelo menos uma pessoa infectada com a variante ômicron do coronavírus morreu no Reino Unido, segundo informou o premiê Boris Johnson nesta segunda-feira (13). Trata-se da primeira morte pela cepa anunciada por um país desde que ela foi identificada por cientistas na África do Sul.

Falando a repórteres, Boris argumentou que, ainda que sejam poucas as informações sobre a ômicron, a ideia de que a variante é mais branda que as demais deve ser descartada. Segundo o premiê, a cepa já representa 40% das novas infecções diárias em Londres, devendo responder pela maioria dos casos nas próximas 24 horas.

O premiê britânico, Boris Johnson, grava mensagem para pedir que a população tome a dose adicional da vacina contra a Covid - Kirsty O'Connor - 12.dez.21/Pool/Reuters

O político não deu informações sobre o paciente que morreu após ser infectado pela ômicron. À agência de notícias AFP um porta-voz do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) disse que possivelmente a morte confirmada no Reino Unido é a primeira no mundo, mas que muitos casos não foram sequenciados genomicamente, o que torna impossível a confirmação.

Durante a entrevista coletiva, Boris aproveitou para defender um pacote de medidas anunciado na última quarta (8) e que tem lhe rendido críticas inclusive entre correligionários do Partido Conservador. A lista inclui a recomendação para que todos para quem for possível retornem ao trabalho remoto, a obrigatoriedade do uso de máscaras em áreas internas e a exigência do certificado de vacinação em locais fechados e de grande aglomeração.

Já neste domingo (12), o premiê informou que a terceira dose da vacina será oferecida a todos os maiores de 18 anos antes do fim deste ano. Para cumprir a tarefa, que na prática corresponde à aplicação de quase 1 milhão de doses por dia, o país abriu mais centros de imunização, que devem funcionar com o apoio logístico do Exército.

"Ninguém deve ter dúvidas: vem aí uma forte onda da ômicron", alertou Boris. "Mas a boa notícia é que nossos cientistas estão convencidos de que, com uma terceira dose ou dose de reforço todos podemos aumentar nosso nível de proteção."

O Reino Unido já soma 4.713 casos da nova variante, número que as próprias autoridades reconhecem ser subnotificado.

O secretário de Saúde, Sajid Javid, que estava com o premiê, disse que a variante estava se espalhando em um "ritmo fenomenal". Embora apenas dez pessoas tenham sido hospitalizadas com a ômicron, afirmou, sua rápida disseminação significa que, a menos que o governo aja, o serviço de saúde pode ficar sobrecarregado. Mais de 146 mil pessoas morreram de Covid no Reino Unido.

Além da resistência às medidas restritivas, Boris Johnson viu seus índices de popularidade, assim como os de seu partido, desidratarem ao longo da última semana, após virem à tona informações de que festas foram organizadas em Downing Street, sede do governo, durante o Natal do último ano, quando o país vivenciava algumas das maiores restrições.

O pacote recém-anunciado pelo premiê —apelidado de "plano B"— será votado pelo Parlamento nesta terça (14). Informações do jornal britânico The Guardian sugerem que ao menos 100 parlamentares, sendo a maioria conservadora, vão se opor às medidas, forçando Boris a depender da oposição trabalhista, que já confirmou apoio.

O principal ponto sensível é a exigência do certificado de vacinação, algo que alguns legisladores descrevem como um atentado às liberdades civis. O governo, porém, também deu a opção de que aqueles que ainda não receberam as duas doses apresentem um teste negativo para a Covid para frequentar os espaços.

Executivos da organização que administra o NHS, sistema público de saúde do Reino Unido, informaram a veículos locais que os hospitais já operam com 94% ou 96% de sua capacidade, algo preocupante, em especial porque o pico tradicional de internações durante o inverno (no hemisfério Norte) tem início em janeiro.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que a ômicron, identificada em mais de 60 países até o momento, representa um risco "muito alto", com algumas evidências, ainda preliminares, de que a variante fugiria da proteção vacinal. Os dados clínicos sobre a gravidade da cepa, porém, ainda são limitados.

O organismo mundial informou que sinais precoces mostram que as pessoas com esquema vacinal completo não constituiriam anticorpos suficientes para evitar a infecção pela ômicron, resultando em altas taxas de transmissão e consequências graves, ainda que mais estudos sejam necessários.

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