Número de mortos por tufão nas Filipinas ultrapassa 100, e governo calcula destruição

Com ventos de até 195 km/h, Rai forçou 400 mil pessoas a deixarem suas casas e hotéis à beira-mar

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Surigao (Filipinas) e Manila | AFP e Reuters

O número de mortos após a passagem de um tufão pelas Filipinas na última quinta-feira (16) subiu para 108, segundo informações divulgadas pelas autoridades neste domingo (19). Somente na província de Bohol, 72 pessoas morreram, a maioria devido à queda de árvores e a afogamentos.

O tufão Rai atingiu as regiões sul e central do arquipélago com ventos de até 195 km/h, forçando mais de 400 mil pessoas a deixarem casas e hotéis à beira-mar, danificando casas e derrubando linhas de energia.

Vista aérea mostra escombros de madeira ao lado de rodovia
Casas destruídas após a passagem do tufão Rai na cidade de Surigao, nas Filipinas - Erwin Mascarinas - 17.dez.2021/AFP

Ao adentrar o território filipino, o tufão perdeu intensidade, com ventos de até 150 km/h, mas mesmo assim deixou um rastro de destruição: árvores e postes foram derrubados, casas de madeira ficaram danificadas, houve alagamentos e o acesso às telecomunicações foi cortado em algumas regiões.

O tufão também causou o cancelamento de voos e paralisou as atividades em portos. As autoridades decidiram postergar o início de uma campanha de vacinação em massa devido à tempestade.

Cerca de 18 mil policiais, militares, salva-vidas e bombeiros foram mobilizados nas buscas por sobreviventes, disse à agência de notícias AFP Mark Timbal, porta-voz da agência nacional de desastres.

Fotos divulgadas pelo Exército mostram casas que perderam telhados e escombros espalhados pelas ruas da cidade de General Luna, balneário que recebe muitos surfistas e turistas durante o fim de ano.

Em Surigao, o tufão cortou as comunicações e destruiu estruturas de madeira. Imagens divulgadas pela Guarda Costeira mostram casas danificadas, palmeiras arrancadas e campos de arroz inundados.

A ilha de Dinagat também foi arrasada pela tempestade e teve casas, barcos e terrenos destruídos, informou a governadora Arlene Bag-ao em rede social. Segundo o vice-governador de Dinagat, Nilo Demerey, à emissora local ABS-CBN, os residentes "estão trabalhando para consertar suas casas pois até mesmo os centros de evacuação foram destruídos". "Não têm onde se abrigar, está tudo destruído."

O governador de Bohol, Arthur Yap, afirmou à rádio DZBB que "famílias estão isoladas em seus telhados" e fez um apelo por ajuda, uma vez que os alagamentos dificultam os trabalhos de busca. "Todos nós [socorristas] aqui fomos afetados", afirmou.

"Esta é uma das tempestades mais poderosas a atingir as Filipinas em um mês de dezembro na última década", disse à AFP Alberto Bocanegra, chefe da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho no país. "A informação e as imagens que recebemos são alarmantes".

O Rai atingiu as Filipinas tardiamente, já que a temporada de tufões no país asiático normalmente vai de julho a outubro. Este é o 15º tufão a atingir o país neste ano —e também um dos mais mortíferos.

A comunidade científica alerta que as mudanças climáticas tornam os tufões mais fortes, aumentando o seu potencial de destruição. Por isso, as Filipinas são um dos países mais vulneráveis à crise do clima. No sábado, o Rai já havia deixado o arquipélago e estava no Mar do Sul da China, em direção ao Vietnã.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.