Guarda Costeira dos EUA busca 38 desaparecidos em naufrágio na Flórida; ao menos 1 morreu

Homem foi resgatado sozinho em casco de embarcação; autoridades suspeitam de tráfico de pessoas

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Miami e Los Angeles | AFP e Reuters

A Guarda Costeira dos Estados Unidos está à procura de 38 pessoas que desapareceram depois que o barco em que navegavam virou em frente ao litoral da Flórida. As buscas ocorrem com base no relato de um homem encontrado sozinho agarrado ao casco virado da embarcação —nesta quarta (26), um corpo foi encontrado.

A suspeita das autoridades é a de que o naufrágio tenha ocorrido em meio a uma operação de tráfico de pessoas.

Nota emitida pela autoridade portuária informou que um barco rebocador comercial resgatou o homem na manhã de terça (25), num ponto do mar cerca de 72 quilômetros a leste de Fort Pierce Inlet. O indivíduo contou que o barco em que ele estava saiu de Bimini, uma ilha nas Bahamas a 80 quilômetros de Miami, na noite de sábado (22), com outras 39 pessoas a bordo.

Homem encontrado em casco de embarcação na costa da Flórida nesta terça; ele alega que estava em barco que naufragou no sábado - Divulgação Guarda Costeira dos EUA - 25.jan.22/AFP

De acordo com o que disse esse sobrevivente, o naufrágio se deveu às condições meteorológicas adversas. Nenhum dos passageiros usava colete salva-vidas. A nacionalidade do homem resgatado não foi divulgada, e tampouco são conhecidas as origens dos outros desaparecidos ou detalhes sobre o corpo encontrado nesta quarta. Segundo uma porta-voz da Guarda Costeira, informações só serão tornadas públicas após a família ser notificada da morte.

O sobrevivente foi levado ao hospital com um quadro de desidratação e insolação.

Vários barcos de patrulha e aeronaves foram mobilizados pela Guarda Costeira americana para rastrear uma área que vai das ilhas Bimini a Fort Pierce Inlet, mais ao norte. Segundo o órgão, na hora em que se acredita que o naufrágio ocorreu a região tinha ventos de mais de 30 quilômetros por hora e ondas de até três metros.

As Bahamas, arquipélago de 700 ilhotas, costumam ser ponto de trânsito para migrantes que querem chegar aos EUA em viagens marítimas arriscadas. Em geral, essas pessoas partem de Cuba e do Haiti.

Esse tipo de incidente não é raro na costa da Flórida. Um porta-voz do órgão relatou à Reuters que na sexta (21) um resgate de 32 pessoas já havia sido feito após um barco virar na região. Em maio do ano passado, 12 cubanos morreram após a embarcação em que estavam virar próximo a Key West; outros oito foram resgatados com vida na ocasião.

De acordo com a Guarda Costeira, ao menos 557 migrantes da ilha já foram capturados neste ano fiscal, iniciado em outubro de 2021. Nos cinco anos anteriores somados, foram cerca de 7.400 apreensões do tipo. Entre haitianos —que convivem em seu país com um empilhamento de crises políticas, econômicas, sociais e climáticas—, já são 159 pessoas interceptadas neste ano fiscal.

Na semana passada, 90 dominicanos foram repatriados depois que três embarcações na região de Porto Rico foram bloqueadas em razão da migração irregular.

Do outro lado do Atlântico, travessias marítimas de migrantes também chamaram a atenção no final de 2021. Em novembro, ao menos 27 pessoas morreram tentando cruzar o Canal da Mancha, no pior acidente do tipo na região desde 2014, quando dados locais começaram a ser coletados.

Quadrilhas passaram a usar a rota marítima depois que os governos da França e do Reino Unido apertaram a fiscalização sobre caminhões, nos quais os migrantes eram escondidos. Em alta desde 2018, as travessias em botes explodiram neste ano, causando atritos entre os dois países.

Segundo as autoridades de Paris, só em 2021 mais de 31 mil pessoas tentaram cruzar o canal a partir da costa francesa, com mais de 7.800 resgatados; pediram asilo no Reino Unido quase 26 mil imigrantes.

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