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Livro que revela suposto traidor de Anne Frank tem impressão suspensa na Holanda

Editora diz que dúvidas sobre indicação de possível delator levaram a decisão; obra foi criticada por fundação e historiadores

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RFI

Lançado em 18 de janeiro, o livro "Quem Traiu Anne Frank" teve repercussão mundial ao apontar uma nova hipótese sobre as circunstâncias da prisão e da deportação de jovem Anne Frank e, principalmente, com a designação de um suspeito de ter traído a família Frank. No entanto, a editora holandesa decidiu suspender a impressão por dúvidas sobre as provas que sustentam essa hipótese.

O livro detalha os achados da investigação realizada por um agente aposentado do FBI e cerca de 20 historiadores, criminologistas e cientistas de dados que concluíram que um notário judeu, Arnold van den Bergh, teria sido o autor da denúncia aos nazistas da adolescente e de sua família em 1944 em Amsterdã.

Anne Frank, em foto sem data
Anne Frank, em foto sem data - Reprodução

A editora holandesa, no entanto, acaba de suspender a impressão do livro em razão de dúvidas sobre as provas usadas para sustentar essa hipótese, de acordo com um email interno da editora.

Em mensagem destinada aos autores, a responsável pela edição holandesa, Ambo Anthos, afirma que deveria ter adotado uma "postura mais crítica" em relação à publicação.

A investigação tem sido alvo de fortes críticas por parte da fundação criada pelo pai de Anne Frank, com sede em Basileia, e do historiador Erik Somers. "Aguardamos as respostas dos pesquisadores para as perguntas que surgiram e adiam a decisão de imprimir uma nova impressão", afirma o email. "Pedimos sinceras desculpas a qualquer um que possa se sentir ofendido pelo livro".

A editora não informou quais foram as questões apresentadas pelos pesquisadores e se recusou a comentar publicamente a decisão.

Livro conta história da prisão de Anne Frank

O livro detalha as conclusões de uma investigação de seis anos sobre como os nazistas encontraram o local onde Anne Frank e sua família estavam escondidos.

A adolescente e outros sete judeus foram presos no dia 4 de agosto de 1944, após passarem quase dois anos escondidos em uma sala secreta em um armazém em Amsterdã. Os oito foram deportados a campos de concentração. Anne Frank morreu aos 15 anos no campo de Bergen-Belsen.

O diário em que a adolescente contava a vida clandestina foi traduzido para 60 idiomas e inspira há décadas milhões de leitores em todo o mundo.

Com Reuters

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