Papa atribui ministérios leigos a mulheres pela 1ª vez na Igreja Católica

Avanço é visto como reconhecimento do papel feminino pelo pontífice

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Cidade do Vaticano | Reuters

O papa Francisco atribuiu neste domingo (23), pela primeira vez, os ministérios leigos da Igreja Católica de Leitorado e Catecismo a mulheres. Os cargos já haviam sido femininos em outras oportunidades, mas sem o reconhecimento institucional formal.

Francisco conferiu os ministérios em missa na basílica de São Pedro. Em aparente referência à resistência que muitos conservadores manifestam contra mudanças na Igreja, criticou aqueles que precisam de regulamentos rígidos e "mais regras" para encontrar Deus.

O papa entrega uma Bíblia a leitora oficializada na função pela primeira vez neste domingo no Vaticano - Remo Casilli - 23.jan.22/Reuters

No ano passado, o papa mudou regras para os ministérios de Leitorado e Acolitado, que em geral eram reservados a seminaristas em preparação para o sacerdócio. Na ocasião, Francisco disse que queria trazer estabilidade e reconhecimento público às mulheres que já executavam esses papéis.

Os leitores leem as escrituras, os acólitos servem na missa e os catequistas ensinam os dogmas e princípios da religião para crianças e adultos convertidos.


Os ministérios de Leitorado e Acolitado já existiam, mas eram oficialmente reservados aos homens. Já o de Catecismo foi instituído por Francisco no ano passado.

Na missa deste domingo, o papa delegou a seis mulheres e dois homens a função de leitores e a três mulheres e cinco homens o cargo de catequistas. Francisco deu uma Bíblia para cada leitor e um crucifixo para cada catequista.

A formalização tornará mais difícil, por exemplo, que bispos conservadores impeçam mulheres de assumir esses cargos em suas dioceses.

A mudança é vista como especialmente importante para mulheres em locais como a Amazônia, onde muitas são líderes religiosas em comunidades remotas que sofrem com a escassez de padres. O atual pontífice vem fazendo uma série de acenos às mulheres: ele indicou uma freira a um sínodo de bispos pela primeira vez e, no Natal, pregou contra a violência doméstica.

Ainda que o protagonismo feminino esteja crescendo de forma inédita, a estrutura servil se manteve intacta.

O Vaticano destacou que a novidade deste domingo não representa um sinal de que um dia as mulheres poderão se tornar sacerdotisas. A Igreja Católica sustenta que apenas homens podem ser padres porque Jesus escolheu apenas homens como seus apóstolos.

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