Um voo da American Airlines com destino a Miami, nos Estados Unidos, ficou suspenso por horas em Honduras nesta terça-feira (11) após um passageiro invadir a cabine do avião e danificá-la. O homem foi detido, de acordo com informações divulgadas pela companhia.
Vídeo gravado por uma pessoa que estava do lado de fora e compartilhado nas redes sociais mostra que ele ainda tentou sair pela janela da aeronave quando os membros da tripulação intervieram para impedi-lo. Não ficaram claras, porém, as motivações do passageiro.
O embarque ocorria no Aeroporto Internacional Ramón Villeda Morales, o principal de Honduras, localizado na cidade de San Pedro Sula. A aeronave danificada —um Boeing 737-800— contava com 121 passageiros e seis tripulantes. Ninguém ficou ferido. "Aplaudimos nossos excelentes membros da tripulação por seu profissionalismo em lidar com uma situação difícil", disse a companhia aérea, em nota.
O voo estava programado para decolar pouco antes das 15h do horário local (18h em Brasília), mas atrasou cerca de sete horas. Os passageiros deveriam chegar a Miami às 18h15 (20h15 em Brasília), de acordo com a previsão inicial, mas desembarcaram apenas à 1h50 desta quarta (12).
O episódio ocorre em um momento no qual milhares de voos são cancelados devido ao aumento de casos de Covid, impulsionado pela disseminação da variante ômicron. A companhia Latam, por exemplo, anunciou, no último fim de semana, o cancelamento de cerca de 1% de seus voos domésticos e internacionais programados para o mês de janeiro. Ao menos 6.000 voos foram cancelados, devido a diferentes motivos, entre terça e quarta-feira, segundo monitoramento da plataforma FlightAware.
Episódios em que passageiros tentam entrar na cabine do avião não são incomuns. Em julho, nos EUA, um passageiro tentou invadir a cabine de um voo da companhia Delta de Los Angeles para Nashville que já estava no ar. Ninguém ficou ferido, e o homem foi detido pelo FBI, a polícia federal americana, depois de o voo ser desviado para Albuquerque, no estado americano de Novo México.
Com a multiplicação de episódios do tipo nos aeroportos americanos, o secretário de Justiça dos EUA, Merrick Garland, emitiu um memorando, em novembro, orientando os promotores federais a priorizarem as investigações de crimes cometidos em aviões, segundo informações do jornal The Washington Post.
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) recebeu cerca de 6.000 denúncias contra passageiros ao longo do último ano e iniciou investigações para 1.075 delas —cinco vezes mais que em 2020. A maioria dos casos resultou de discussões sobre o uso de máscaras para a prevenção da Covid.
Somente desde o início deste ano, já foram 76 episódios registrados pela FAA de passageiros que causaram brigas ou tiveram atitudes violentas. Mais da metade dos incidentes está relacionada ao uso de máscaras. "Os passageiros que agridem, intimidam ou ameaçam com violência tripulantes e comissários de bordo fazem mais do que prejudicar esses funcionários; eles impedem o desempenho de tarefas críticas que ajudam a garantir viagens aéreas seguras", afirmou Garland.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.