Descrição de chapéu União Europeia

Biden diz a Putin que atacar a Ucrânia terá 'custos severos'

Presidentes de EUA e Rússia conversaram por telefone sobre escalada da crise no leste europeu

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Moscou e Kiev | Reuters e AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse neste sábado (12) ao presidente russo, Vladimir Putin, que uma eventual invasão da Ucrânia implicará uma resposta "rápida e decisiva" do Ocidente, com "custos severos" à Rússia.

"Enquanto os Estados Unidos continuam preparados para se engajar na diplomacia, em plena coordenação com seus aliados e parceiros, estamos igualmente preparados para outros cenários", disse Biden a Putin em conversa telefônica, segundo comunicado divulgado pela Casa Branca.

Biden disse ainda que uma ofensiva contra a Ucrânia causaria "sofrimento humano generalizado".

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Joe Biden, durante encontra na Suíça, em 2021 - Saul Loeb - 16.jun.21/Reuters

O telefonema foi "profissional e substantivo" e durou mais de uma hora. Washington informou, contudo, que a conversa não resultou em "mudança fundamental" sobre a mobilização de tropas russas nas fronteiras com a Ucrânia.

O Kremlin, por sua vez, informou que Putin e Biden concordaram em "prosseguir" com o diálogo sobre a Ucrânia.

Após dias de esforços diplomáticos para tentar baixar a tensão no leste europeu, a crise voltou a escalar com exercícios militares e trocas de acusações. Na quinta-feira (10), o Kremlin iniciou manobras com as forças da Belarus, ditadura aliada que fica ao norte da Ucrânia, com cerca de 30 mil soldados russos e um número incerto de belarussos operando sistemas antiaéreos, blindados e aviões de ataque avançados.

Na sexta (11), o conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, voltou a falar, sem citar evidências específicas, que a Rússia já reuniu forças suficientes para lançar uma ofensiva militar contra a Ucrânia "a qualquer momento".

A embaixada dos EUA na Ucrânia anunciou que decidiu retirar seu pessoal não essencial da sede em Kiev, e Moscou também informou que reduziu seu corpo diplomático no país vizinho. A Austrália, por sua vez, suspendeu a operação em Kiev e transferiu a representação diplomática para Lviv, a cerca de 70 km da fronteira com a Polônia.

O país recomendou ainda que seus cidadãos deixem a Ucrânia, assim como fizeram Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Canadá, Noruega, Japão e Israel.

O premiê australiano, Scott Morrison, afirmou que a situação "está chegando a um estágio muito perigoso" e que "as ações autocráticas unilaterais da Rússia para ameaçar e intimidar a Ucrânia são completamente inaceitáveis".

O líder cobrou ainda uma atuação da China em defesa de Kiev, após Pequim criticar uma reunião entre chanceleres do chamado Quad, aliança entre EUA, Austrália, Japão e Índia, na última semana em Melbourne. "O governo chinês fica feliz em criticar a Austrália [...], mas se mantém assustadoramente silencioso sobre as tropas russas concentradas na fronteira da Ucrânia."

A embaixada do Brasil em Kiev divulgou um comunicado no qual pede que os cidadãos brasileiros na Ucrânia se mantenham em alerta, mas informou que não há recomendação contrária à presença no país.

Neste sábado (12), o Ministério da Defesa russo informou ter interceptado um submarino dos Estados Unidos no Pacífico, próximo a uma ilha no leste do país. Em comunicado, a pasta disse que a embarcação ignorou um alerta dado pela Marinha russa e, então, usou "meios apropriados" para forçar o submarino americano "a sair das águas territoriais russas a toda velocidade".

Mais cedo, em conversa por telefone com o presidente francês, Emmanuel Macron, Putin chamou de "especulação provocativa" a alegação dos EUA de que a Rússia prepara uma invasão da Ucrânia.

"Vladimir Putin e Emmanuel Macron discutiram [...] especulações provocativas relacionadas a uma suposta 'invasão' russa da Ucrânia, acompanhada por entregas significativas de armas modernas para aquele país", disse a presidência russa.

Macron, por sua vez, disse a Putin que "um diálogo sincero não é compatível com uma escalada militar" na fronteira da Rússia com a Ucrânia, informou o Palácio do Eliseu.

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