Descrição de chapéu Europa Rússia

Bolsonaro confirma viagem à Rússia e pede a 'Deus para que reine a paz no mundo'

Viagem ocorre em meio a aumento da tensão e risco de conflito entre Rússia e Ucrânia

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

Em meio ao aumento de tensão e ameaça de conflito na Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que vai manter a viagem a Moscou e disse pedir a Deus para que "reine a paz no mundo".

O presidente concedeu entrevista na manhã deste sábado (12) para a rádio Tupi, de Campos dos Goytacazes (RJ). O entrevistador foi o ex-governador do Rio Anthony Garotinho.

Após o término da entrevista —também transmitida em suas redes sociais—, Bolsonaro falou brevemente sobre a viagem na segunda-feira (14). Disse que a Rússia é importante ao Brasil por fornecer fertilizantes.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reúne com o presidente Jair Bolsonaro antes de cúpula dos Brics em Brasília, em 2019 - Pavel Golovkin - 14.nov.2019/AFP

"Fui convidado pelo presidente [Vladimir] Putin. O Brasil depende em grande parte de fertilizantes da Rússia, da Bielorrúsia [Belarus]. Levaremos um grupo de ministros também para tratarmos de outros assuntos que interessam aos nossos países, como energia, defesa e agricultura", afirmou o presidente. "A gente pede a Deus para que reine a paz no mundo para o bem de todos nós."

Bolsonaro parte na segunda para Moscou, apesar dos apelos para que desista da viagem. Na sexta-feira (11), a tensão entre Rússia e Ucrânia atingiu níveis preocupantes, com países ocidentais orientando seus cidadãos a deixarem a região. Os Estados Unidos alertam que uma invasão russa pode ocorrer "a qualquer momento".

A crise foi desencadeada depois de o Kremlin mobilizar de 100 mil a 175 mil soldados em zonas próximas às fronteiras com a Ucrânia. Os EUA e os aliados da Otan, a aliança militar ocidental, acusam Putin de preparar uma invasão do país vizinho, como fez em 2014, quando anexou a Crimeia.

Moscou, por sua vez, rejeita a expansão da Otan sobre territórios próximos à Rússia e quer a garantia de que a Ucrânia jamais fará parte do grupo.

Aliados do presidente e também a comunidade internacional tentaram demover Bolsonaro de realizar a viagem. Os Estados Unidos pressionaram o governo brasileiro, alegando que a viagem transmite a mensagem de que o Brasil apoia as ações do Kremlin no Leste Europeu.

​Às vésperas da viagem, o Itamaraty divulgou uma nota nesta sexta celebrando as relações diplomáticas do Brasil com a Ucrânia, que vive a grave crise com Moscou.

O texto do Ministério das Relações Exteriores fala do aniversário de 30 anos do estabelecimento de relações diplomáticas com Kiev, quando foram abertas embaixadas mútuas nos dois países. "Desde que o governo brasileiro reconheceu a independência ucraniana, em dezembro de 1991, Brasil e Ucrânia mantiveram múltiplos contatos de alto nível entre seus mandatários", diz o texto.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.