Chuva recorde em quase 20 anos no Equador deixa 22 mortos e 47 feridos

Volume de água na capital Quito superou em 30 vezes o esperado; mais de 200 pessoas foram afetadas

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Quito | AFP e Reuters

O Equador registrou nesta segunda-feira (31) volume recorde de chuvas na capital, Quito, em quase duas décadas. Foram 75 litros de água por metro quadrado, valor que supera em mais de 30 vezes o que as previsões indicavam. Autoridades locais afirmam que a cifra é a maior desde 2003.

Ao menos 22 pessoas morreram e outras 47 ficaram feridas, duas das quais em estado grave, em um deslizamento de terra no bairro de La Gasca, de acordo com o Serviço Nacional de Gestão de Emergências nesta terça (1º). Vinte indivíduos ainda estão desaparecidos após o incidente que destruiu três casas.

Equipes de resgate trabalham em rua alagada em Quito, capital do Equador, após fortes chuvas - Jonatan Rosas - 1º.fev.2022/Reuters

"Vimos esse imenso rio negro que arrastava tudo, tivemos que escalar os muros para escapar", disse a moradora Alba Cotacachi, que retirou as duas filhas de casa em meio ao deslizamento, à agência de notícias Reuters. "Estamos agora procurando os desaparecidos."

Durante a madrugada desta terça, o número de pessoas afetadas ultrapassava 200. Diversas casas, um edifício policial, uma subestação de energia elétrica e dezenas de veículos dos agentes de segurança foram danificados em meio às chuvas e aos trabalhos de resgate.

O prefeito de Quito, Santiago Guarderas, informou que equipes de apoio médico e psicológico foram enviadas a La Gasca e que grupos de resgate procuram os desaparecidos. A administração municipal também organizou pontos de coleta de itens de higiene, roupas e alimentos em diversas zonas da capital.

Em outra região de Quito, o volume de água ultrapassou a capacidade de uma estrutura de captação localizada em uma ladeira, levando ao rompimento. A água atingiu uma quadra esportiva na qual estavam jogadores de vôlei e torcedores e avançou por cerca de 1 quilômetro.

O socorrista Cristian Rivera relatou à agência de notícias AFP que muitas das vítimas sofreram hipotermia devido ao tempo que passaram embaixo da água e que a lama chegava até os joelhos. Pedras arrancadas e arrastadas pela força da água também ocasionaram ferimentos.

Cerca de 51 efetivos, 12 veículos, 26 ambulâncias, uma equipe de drones e a unidade canina dos bombeiros de Quito foram mobilizados para atender aos focos de emergência na capital.

Em uma rede social, o presidente equatoriano, Guillermo Lasso, manifestou apoio aos familiares e à comunidade das vítimas e disse que as autoridades federais trabalham em colaboração com as equipes locais nos esforços de busca, transferência dos feridos para hospitais e apoio psicológico. Cerca de 60 militares também foram mobilizados para apoiar os trabalhos de resgate em meio aos escombros.

O Equador assiste às consequências da temporada de chuvas desde outubro. Ao menos 22 das 24 províncias do país foram afetadas. Até domingo (30), antes de serem contabilizadas as novas vítimas, o número de mortos chegava a 18, e o de feridos, a 24. Mais de 2.800 pessoas foram diretamente afetadas.​

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