Descrição de chapéu Guerra na Ucrânia Rússia

Imagens de satélite mostram comboio russo com 64 km de extensão rumo a Kiev

Fila tem centenas de tanques e veículos armados e de apoio logístico, diz empresa americana que gerou as fotos

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Reuters

A ofensiva à capital ucraniana entra no sexto dia com sinais de que Putin prepara um forte ataque a Kiev. Imagens de satélite registradas nesta segunda-feira (28) mostram um comboio militar russo com 64 km de extensão em direção à cidade, pelo norte.

As imagens são da empresa americana de tecnologia aeroespacial Maxar, que havia registrado, mais cedo na segunda, que o comboio tinha 27 km de extensão.

Segundo a empresa, a caravana tem centenas de veículos armados, tanques, artilharia a reboque e veículos de apoio logístico.

Imagem de satélite registrada pela Maxar do comboio russo rumo a Kiev
Imagem de satélite do comboio militar russo registrada pela Maxar - AFP/Maxar Technologies

Além disso, a Maxar diz ter identificado outras tropas e helicópteros de ataque estacionados no sul da Belarus, a apenas 32 km da fronteira com a Ucrânia.

Embora delegações de Rússia e Ucrânia tenham se reunido nesta segunda em Gomel, na Belarus, para negociar, o grupo não chegou a um acordo. Enquanto isso, relatos sobre ações brutais em cidades como Kiev e Kharkiv, segunda maior do país, continuaram se acumulando.

Explosões em diversas partes do país continuaram na madrugada de segunda depois de cinco dias inteiros de conflito. Kiev segue pressionada com bombardeios e incursões russas que começaram pela região noroeste, no aeroporto Antonov, em Hostomel (25 km da cidade), e também pelo nordeste, após as forças de Putin terem controlado a usina de Tchernóbil, a 110 km da capital.

A partir dali, o cerco a Kiev se consolidou, e a periferia da capital começou a ver a circulação de tropas russas em um movimento de reconhecimento para os dias seguintes de combate cada vez mais próximos do centro. A resistência das forças ucranianas tem conseguido ao menos retardar as tropas russas.

É no centro, inclusive, que fica o Palácio Mariinski, sede do governo de Volodimir Zelenski, que pediu resistência à população até com coquetéis molotov. Na noite de sexta-feira (25), ele publicou um vídeo em que dizia que os russos tentariam tomar Kiev na madrugada seguinte.

"Não podemos perder a capital. Falo com nossos defensores, homens e mulheres em todas as frentes: hoje à noite, o inimigo vai usar todas as suas forças para romper nossas defesas da maneira mais vil, dura e desumana", disse.

Com a aproximação das tropas russas, moradores de Kiev começaram a cavar trincheiras para atrasar o avanço dos invasores.

Já em Kharkiv, ao menos 11 pessoas morreram nesta segunda durante bombardeios, segundo Oleh Sinehubov, chefe da Administração Estatal Regional. Ele, porém, reconhece que as mortes podem chegar a dezenas. Até domingo (27), eram 352 vítimas civis em todo o país, incluindo 14 crianças, de acordo com o Ministério do Interior.

Ainda segundo Sinehubov, os ataques estão atingindo áreas residenciais da cidade, onde não há posições do Exército ucraniano ou infraestrutura estratégica. "Isso está acontecendo à luz do dia, quando as pessoas vão à farmácia, para fazer compras ou beber água. É um crime", disse.

Grupos de direitos humanos, como as ONGs Human Rights Watch (HRW) e Anistia Internacional, apontam que a Rússia está usando bombas de fragmentação nos ataques. Esse tipo de munição libera projéteis menores no ato da explosão, amplificando a área de dano e, por consequência, o risco de mortes e ferimentos.

Além disso, alguns desses projéteis podem atuar como pequenas bombas que, se não detonadas de imediato, tornam-se, na prática, uma espécie de mina terrestre —prolongando, assim, o tempo de exposição aos riscos nas áreas atingidas.

Nesta segunda, o promotor do Tribunal penal Internacional afirmou que vai buscar aprovação da pasta para dar andamento a investigação sobre supostos crimes de guerra na Ucrânia. O processo, segundo ele, deve abranger um período que se inicia a partir da anexação russa da Crimeia, em 2014.

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