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Autoridades do Níger acusam Nigéria de matar 7 crianças em ataque aéreo por 'erro'

Vítimas estariam brincando quando bombardeio aconteceu, segundo governador; outras cinco ficaram feridas

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Niamei (Níger) | AFP

Sete crianças morreram e cinco ficaram feridas por um erro em um ataque aéreo do Exército nigeriano na última sexta-feira (18) na região de Maradi, sul do Níger, perto da fronteira com a Nigéria. A informação foi confirmada à agência AFP neste domingo (20) pelo governador da região.

"Houve um erro nos ataques nigerianos na fronteira [com o Níger] que causaram vítimas em nosso território na aldeia de Nachadé: as vítimas foram 12 crianças, das quais 7 morreram e 5 ficaram feridas", explicou Chaïbou Aboubacar.

Crianças em uma região onde há muitos ataques no Níger
Crianças em uma região onde há muitos ataques no Níger - Boureima Hama--8.nov.21-AFP

Quatro crianças morreram instantaneamente e outras três não resistiram aos ferimentos enquanto eram transportadas para o hospital. Segundo o governador, "os pais participavam de uma cerimônia e as crianças provavelmente estavam brincando quando o bombardeio aconteceu".

Aboubacar acredita que o ataque tivesse como alvo bandidos armados que atuam nas áreas de fronteira, mas "acabou por atingir Nachadé".

Ele afirma que foi à aldeia, localizada na região de Madaroumfa, no sábado para prestar condolências às autoridades e aos moradores locais. Também visitou os túmulos das crianças mortas e o local do bombardeio.

Vários municípios da região de Maradi são afetados pela violência de gangues fortemente armadas.

Em 2018, o Níger reforçou o patrulhamento militar ao longo de sua fronteira com a Nigéria para evitar incursões dessas gangues, que realizam assassinatos seletivos, sequestros por resgate, ataques a comerciantes e roubo de gado.

Em abril de 2021, a organização International Crisis Group (ICG) disse temer o surgimento de um novo berço de terrorismo jihadista na região, já que grupos extremistas poderiam explorar os conflitos locais para estabelecer influência.

O Níger já enfrenta duas frentes jihadistas: no sudeste, também próximo à Nigéria, atuam o grupo nigeriano Boko Haram e o Estado Islâmico na África Ocidental, seu braço dissidente; no oeste, perto do Mali, há grupos afiliados ao Estado Islâmico (EI) e à Al-Qaeda.

De acordo com o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), a região de Maradi abriga 100 mil refugiados nigerianos, que fugiram dos ataques em seu país.

Em fevereiro de 2015, 36 pessoas morreram e outras 27 ficaram feridas em um bombardeio de um avião contra uma mesquita na aldeia de Abadam, na região de Diffa (sudeste), onde os jihadistas do Boko Haram realizaram seus primeiros ataques contra o Níger.

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