Descrição de chapéu Guerra na Ucrânia Rússia

Otan promete refazer defesa antiaérea da Ucrânia, mas não diz quando

Aliança ativa Força de Reação; russos desembarcaram tropas na costa do mar Negro, dizem EUA

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Moscou

No segundo dia da campanha militar de Vladimir Putin na Ucrânia, centrado na pressão sobre a capital Kiev, alguns desenvolvimentos dentro e fora do teatro da guerra chamara a atenção.

O secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, durante o anúncio da Força de Reação
O secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, durante o anúncio da Força de Reação - Yves Herman/Reuters

Fora, a Otan (Organização do Tratado do Altântico Norte) manteve sua linha de promessa de ajuda ao governo de Volodimir Zelenski, porém sem dar muitos detalhes.

Na reunião em que ativou sua Força de Reação pela primeira vez, a aliança militar do Ocidente anunciou que irá fornecer sistemas antiaéreos para Kiev. Este é provavelmente um dos itens prioritários na lista de desejos das Forças Armadas do país sob ataque.

Na manhã da sexta (25), o Ministério da Defesa da Rússia disse ter destruído 14 sistemas antiaéreos, todos os S-300 russos, que são em número não sabido segundo o IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, na sigla inglesa, de Londres), e outros Osa soviéticos.

Assim, parecem estar à disposição de Kev apenas 6 Tor-M1 russos e um número incerto dos 75 modelos soviéticos mais antigos. O S-300 é um dos mais eficazes sistemas do gênero em operação no mundo.

Sem sua melhor defesa antiaérea e com seus aviões sendo caçados por mísseis em aeroportos, a Ucrânia tem seus céus controlados, ou quase, pelos russos. O problema da promessa da Otan é sua fluidez: nada é dito, e cada hora conta.

A Estônia prometeu enviar mísseis antitanque americanos Javelin para o país aliado, e segundo o tabloide alemão Bild, outros quatro países do clube de 30 nações farão o mesmo. O modelos estela os pacotes de ajuda dos EUA a Kiev desde a anexação da Crimeia, em 2014, que levaram US$ 2,5 bilhões em armas para o país.

É pouco, mas bastante comparado com o orçamento militar de 2021, recém-divulgado pelo IISS: US$ 4,27 bilhões, dez vezes menos do que o que esteve à disposição dos russos.

Já a Força de Reação, criada após 2014 para situações de emergência na Europa, foi um anúncio já antecipado e vazio. Ela pode ter até 40 mil homens e visa coordenar ações de diversos membros da aliança.

Com efeito, Zelenski disse na sexta que o Ocidente, ao fim, o abandonou sozinho para se defender. Depois, presumivelmente ouviu palavras de conforto e promessas nos 40 minutos em que passou ao telefone com o presidente dos EUA, Joe Biden.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, disse que ela não vai operar com toda sua capacidade. Isso mesmo ele tendo dito que esta guerra é a pior crise de segurança europeia desde o segundo conflito mundial.

Há um motivo: não melindrar os russos ainda mais. A última coisa que EUA e seus aliados na Otan parecem querer, a julgar pelas falas dos últimos dias, é passar a impressão de que lutarão pela Ucrânia. O motivo? O risco de uma Terceira Guerra Mundial, nuclear como o próprio Putin já lembrou aos rivais.

Enquanto isso, no solo na Ucrânia, houve um desenvolvimento importante no sul, caso o relato vazado pelo Pentágono a repórteres americanos seja verdadeiro. Segundo a versão, os russos desembarcaram milhares de fuzileiros navais de navios perto de Mariupol, cidade que enfrentou dois dias de bombardeio forte.

É um porto vital na ligação entre as áreas rebeldes do Donbass e a Crimeia. No desenho de invasão no qual Putin corta um naco da Ucrânia e dá para rebeldes, a ideia do corredor entre as áreas ora reconhecidas por ele como independentes do leste e a península que virou parte da Rússia é central.

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