Putin foi dissimulado, diz Macron sobre telefonema antes de invasão da Ucrânia

Francês fez contato após russo não atender Volodimir Zelenski

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Paris | Reuters

O presidente francês Emmanuel Macron afirmou que o presidente russo Vladimir Putin foi dissimulado ao conversar com ele por telefone pouco antes do anúncio da invasão russa da Ucrânia, feito na manhã desta quinta-feira (24) e seguido pelo movimento de tropas em território ucraniano.

"Sim, ele foi dissimulado e sim, houve uma escolha deliberada e consciente do presidente Putin de lançar a guerra enquanto ainda podíamos negociar a paz", disse Macron em entrevista coletiva ao lado de Ursula von der Leyen, chefe da Comissão Europeia, e de Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.

O presidente francês Emmanuel Macron durante entrevista coletiva
O presidente francês Emmanuel Macron durante entrevista coletiva - Olivier Hoslet - 25.fev.22/AFP

A conversa entre os dois líderes aconteceu poucas horas antes de Putin lançar a ofensiva sobre território ucraniano sob a justifica de manter a segurança de russos que vivem na região do Donbass, no leste ucraniano.

A invasão, no entanto, ocorreu também no norte, em direção à capital Kiev, e bombardeios ocorreram no sul do país, nas cidades portuárias de Mariupol e Odessa, próximas da Crimeia, região que Putin já havia anexado em 2014. Kiev e a Otan (aliança militar ocidental), desde o início da ação falaram em uma invasão total do território ucraniano.

O francês também disse que a conversa com Putin foi "franca, direta e rápida", e que a ligação aconteceu também a pedido do líder ucraniano Volodimir Zelenski, que não teria conseguido falar com o russo.

Na entrevista coletiva, Macron expressou solidariedade à Ucrânia, e adiantou que as sanções da União Europeia seriam seguidas de sanções nacionais da França.

Ele afirmou que vai oferecer 300 milhões de euros para ajudar a Ucrânia com equipamentos militares.

Macron foi um dos primeiros líderes ocidentais a tentar criar um diálogo com Putin nas semanas que antecederam a invasão.

Sua visita ao Kremlin no início do mês, em meio a uma série de movimentos diplomáticos, gerou mais memes do que resultados efetivos, e foi marcada pela conversa de mais de cinco horas que teve com o russo sentado na ponta oposta de uma mesa gigante de cerca de 5 metros.

Embora a versão oficial tenha sido de que o distanciamento ocorreu porque Macron se recusou a cumprir o rígido protocolo russo contra a Covid, por medo de ter seu DNA roubado pelo Kremlin, a distância entre os dois simbolizou o afastamento entre a Rússia e o ocidente, que apenas aumentou desde então.

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