Descrição de chapéu Ásia

Vídeo mostra queda de caça dos EUA em porta-aviões no mar do sul da China

Marinha confirma à CNN autenticidade de imagens vazadas de incidente no mês passado; aeronave fazia exercícios militares

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Washington | Reuters

Um vídeo vazado neste fim de semana e postado nas redes sociais mostra o acidente com um F-35C das Forças Armadas dos Estados Unidos ocorrido no último dia 24 no mar do Sul da China. Nas imagens o caça tenta pousar, choca-se com o deque e percorre em chamas a pista de um porta-aviões antes de cair na água.

A Marinha dos EUA confirmou a autenticidade do vídeo à rede CNN, não sem críticas à divulgação. "Há uma investigação em curso, tanto sobre o acidente quanto sobre o vazamento não autorizado da gravação das câmeras do deque", disse um porta-voz da corporação à TV americana.

As imagens aparentam ser, na verdade, a filmagem de um aparelho que reproduz as gravações. Um especialista ouvido pela CNN destacou que é praxe que porta-aviões registrem todos os pousos realizados na embarcação, para eventual análise posterior.

Caça F-35C, semelhante ao que sofreu acidente em janeiro, no porta-aviões USS Carl Vinson - Tim Kelly - 30.nov.21/Reuters

Esse é o segundo vazamento ligado à queda do caça. Três dias depois do episódio, uma suposta foto do avião no mar também havia sido divulgada nas redes sociais. O caso se tornou uma das buscas mais populares no Google nos EUA na ocasião.

Sete pessoas ficaram feridas no acidente: o piloto da aeronave, que ejetou seu assento antes do choque, e seis militares que estavam a bordo do porta-aviões USS Carl Vinson. As Forças americanas não informaram oficialmente a causa da queda e anunciaram uma operação para resgatar o avião do mar, sem detalhar como, quando e exatamente onde isso ocorreria.

O maior temor era de que o F-35C fosse recuperado por Forças de outro país.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, afirmou poucos dias após o acidente que Pequim "não tinha interesse" no avião. "Aconselhamos os EUA a contribuir mais para a paz e a estabilidade na região, em vez de demonstrar força a cada curva [do mar do Sul da China]", completou.

Os F-35C são um modelo de caça de alta tecnologia, em operação desde 2019. Cada avião é avaliado em US$ 100 milhões (R$ 530 milhões).

Esse é o segundo acidente com esse tipo de aeronave em apenas três meses. Em novembro do ano passado, um F-35 britânico caiu no mar Mediterrâneo durante uma operação de rotina e foi posteriormente recuperado.

O mar do Sul da China é um dos epicentros de tensão geopolítica no mundo, local de preferência de Washington e Pequim para exercícios navais e demonstrações periódicas de força ao menos desde 2020, quando os americanos classificaram de ilegais a maioria das reivindicações chinesas no mar.

Pouco maior que a Índia, a área é o principal corredor marítimo para o escoamento das exportações chinesas, e é disputada também por outras nações, como o Vietnã e as Filipinas. Esse tráfego é regulado por uma convenção das Nações Unidas de 1982, que o tribunal de Haia diz ser violada pela China.​

Pequim estabeleceu uma reivindicação de cerca de 85% da área do mar, alegando que uma série de ilhas, atóis, recifes e bancos de areia eram parte de seu território, estendendo assim o direito que tem sobre as águas.

Para asseverar isso, desde 2014 instalou bases militares na região, às vezes em ilhas artificiais construídas sobre atóis.

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