Em um mês de conflito, a guerra da Rússia na Ucrânia empilha imagens de destruição.
Os ataques comandados por Moscou miram grandes cidades, bases militares e redes de infraestrutura, numa ofensiva que já causou danos bilionários para o país, ceifou milhares de vidas e criou a maior crise de refugiados no interior da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Numa batalha de versões entre Kiev e Moscou e um ambiente de troca de acusações, a escalada de violência também atingiu alvos civis. No sul do país, por exemplo, a intensificação dos ataques a Mariupol foi classificada como crime de guerra por autoridades da União Europeia e dos Estados Unidos. O Kremlin refuta as acusações e afirma que civis estão sendo usados como escudo humano pelos ucranianos.
A ofensiva contra a cidade costeira foi registrada em uma sequência de imagens de satélite, que captaram bombardeios contra shoppings, áreas residenciais e até hospitais.
De acordo com Kiev, em 9 de março uma maternidade foi atingida por uma ofensiva aérea russa, feita no meio de um cessar-fogo parcial para a retirada de civis. Moscou, por sua vez, afirma que o edifício era usado por militares ucranianos, o que legitimaria o ataque.
A menos de 2 km dali, registros feitos pela empresa Maxar no dia 14 mostraram uma série de incêndios próximos a um teatro que era usado como abrigo de bombas e tinha a palavra "criança" escrita em suas laterais. Quarenta e oito horas depois, no dia 16, o edifício também foi bombardeado.
Um relatório produzido pela ONU estima que até agora os ataques à infraestrutura do país já acumulam um prejuízo de cerca de US$ 100 bilhões. São ao menos dois terços do PIB da Ucrânia consumidos em apenas 20 dias de guerra. Ao estrago se somam os milhares de mortos, um êxodo de mais de 3,5 milhões de refugiados e a projeção de que até 90% da população pode ser empurrada para baixo da linha de pobreza caso os ataques se mantenham na intensidade atual.
As negociações entre Moscou e Kiev caminham com avanços tímidos e ainda é cedo para dizer se a guerra está próxima do fim. Mas o que é tido como certo por analistas é que os danos causados em apenas um mês de conflito devem demorar anos para serem recuperados.
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