Descrição de chapéu China

Avião com 132 pessoas a bordo cai na China, e não há sinal de sobreviventes; veja vídeo

Equipes de resgate foram enviadas a região montanhosa, e número de vítimas ainda é desconhecido

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Pequim | Reuters

Um avião da companhia aérea China Eastern Airlines com 132 pessoas a bordo caiu nesta segunda-feira (21) em montanhas no sul do país asiático. De acordo com a Administração de Aviação Civil da China (CAAC, na sigla em inglês), a aeronave havia partido da cidade de Kunming com destino a Guangzhou.

Segundo informações da emissora estatal CCTV, o número de vítimas ainda é desconhecido e deve ser atualizado à medida que os serviços de emergência tiverem acesso ao local. O People's Daily, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, cita relatos de bombeiros que estiveram na região do acidente e que dizem não haver sinais de sobreviventes entre os destroços.

Boeing 737-800, da companhia China Eastern Airlines, no aeroporto internacional de Wuhan, em fevereiro de 2021 - Hector Retamal - 12.fev.21/AFP

Na noite desta segunda pelo horário de Brasília, já manhã de terça em Pequim, a TV estatal CCTV informou que, até o momento, 18 horas após a queda, não foram encontrados sobreviventes, apenas destroços, em um cenário definido como terrível. As buscas continuavam.

O avião era um Boeing 737-800 com seis anos de fabricação, e não há informações sobre o que pode ter provocado sua queda. Registros climáticos apontam que havia nebulosidade no trajeto percorrido, mas não a ponto de prejudicar a visibilidade.

Em comunicado, a China Eastern Airlines lamentou a tragédia e anunciou uma linha de emergência para familiares dos 123 passageiros e 9 tripulantes, todos cidadãos chineses, de acordo com a imprensa local. A empresa também mudou as cores de seu site para preto e branco, em sinal de luto pela tragédia, e suspendeu o uso desse modelo de aeronave até que as causas do acidente sejam esclarecidas.

Incêndio florestal iniciado após a queda do avião em região montanhosa de Wuzhou, na China - Xinhua

À noite, o CEO da Boeing, Dave Calhoun, disse em email aos funcionários que a empresa ofereceu apoio e especialistas para ajudar na investigação dos motivos da queda.

A CAAC informou que a aeronave perdeu contato com os controladores de voo enquanto sobrevoava a cidade de Wuzhou. A mídia chinesa cita ainda relatos de que o avião ficou completamente desintegrado e que a queda provocou um incêndio florestal.

O site de monitoramento do espaço aéreo FlightRadar24 indica que o voo partiu de Kunming às 13h11 no horário local (2h11 em Brasília). Deveria pousar em Guangzhou cerca de duas horas depois, mas a comunicação com a aeronave se perdeu às 14h22 (3h22).

Pouco antes, o avião estava localizado a 29,1 mil pés (8.900 metros). Dois minutos e 15 segundos depois, a altitude caiu bruscamente a 9.075 pés (2.700 metros); mais 20 segundos e o último registro apontava altitude de 3.225 pés (cerca de 983 metros) e velocidade de 376 nós (aproximadamente 700 km/h).

​Vídeo publicado nas redes sociais mostra o que seria o Boeing em queda acelerada em um ângulo de inclinação quase vertical. A autenticidade das imagens não foi confirmada de maneira oficial.

O dirigente chinês, Xi Jinping, pediu que investigadores determinem a causa da tragédia o mais rapidamente possível, assegurando "absoluta" segurança à aviação do país.

Acidentes durante a fase de cruzeiro dos voos são relativamente raros, embora essa etapa represente a maior parte do tempo de voo. Um relatório da Boeing no ano passado aponta que, entre 2011 e 2020, apenas 13% dos acidentes com vítimas em voos comerciais em todo o mundo ocorreram durante a fase de cruzeiro, enquanto 28% ocorreram na aproximação final, e 26%, no pouso.

O modelo 737-800 que caiu nesta segunda tem bom histórico e é o antecessor do modelo 737 MAX, que está parado na China há mais de três anos após acidentes em 2018 na Indonésia e em 2019 na Etiópia.

O histórico de segurança do setor aéreo chinês está entre os melhores do mundo na última década.

Analistas apontam, porém, falta de transparência da aviação chinesa, de modo que incidentes menores podem estar sendo subnotificados.​ Segundo a base de dados Aviation Safety Network, o último acidente com vítimas civis na China foi em 2010. Na ocasião, uma aeronave Embraer E-190 da Henan Airlines caiu nos arredores do aeroporto de Yichun devido a baixa visibilidade; 44 das 96 pessoas a bordo morreram.

Um dos acidentes mais graves da história do país aconteceu em 1992, quando um avião China Southern 737-300, que voava de Guangzhou a Guilin, caiu na aterrissagem, matando 141 passageiros. Em 1994, um Tupolev Tu-154 da China Northwest Airlines voava de Xian para Guangzhou, mas caiu logo após a decolagem. Todas as 160 pessoas a bordo morreram, no que é considerado o pior desastre aéreo chinês.

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