Bolsonaro confirma visita de príncipe saudita ao Brasil em maio

Mohammed bin Salman é acusado de autorizar plano para matar jornalista; viagem prevista para este mês foi adiada

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (21) que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, deve visitar o Brasil em maio.

"Agradeço aqui a presença do embaixador da Arábia Saudita, agora há pouco estive conversando com o príncipe herdeiro Bin Salman, que deve nos visitar no próximo dia 9 de maio", disse Bolsonaro, em cerimônia no Palácio do Planalto sobre incentivos ao biometano.

"Uma grande parceria em vários aspectos, é o interesse do mundo no Brasil e o Brasil interessado no mundo também."

O presidente Jair Bolsonaro com o saudita Mohammed bin Salman conversam em encontro do G20 no Japão em 2019 - Jacques Witt - 28.jun.19/AFP

O encontro entre os dois líderes estava previsto para ocorrer inicialmente no último dia 14, mas foi adiado. Essa é uma tentativa do governo brasileiro de enfatizar a agenda econômica com o país do Oriente Médio.

O líder da Arábia Saudita, também chamado de MBS, é conhecido pela agenda repressora e acusado de ser responsável por autorizar o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, crítico de seu regime.

O colunista do jornal The Washington Post e crítico de MBS foi visto pela última vez no consulado em Istambul em 2 de outubro de 2018, onde teria recebido uma injeção letal antes de ter o corpo esquartejado e os restos mortais —nunca encontrados— retirados do local em sacos de lixo.

O príncipe é um dos líderes de governos autoritários que costumam ser elogiados por Bolsonaro e aliados desde o início do mandato. Em 2019, o presidente se encontrou com MBS em Riad, na Arábia Saudita, e disse ter "certa afinidade" com o príncipe, de quem afirmou ser "quase irmão".

À época, Bolsonaro fazia uma viagem com o objetivo de expor o Brasil a investidores sauditas reunidos na conferência conhecida como Davos no Deserto.

Bolsonaro esteve na Rússia em fevereiro e se reuniu com o presidente Vladimir Putin. Depois, encontrou-se com Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, em uma viagem improvisada ao país, onde repetiu o gesto feito com o saudita.

Chamou o premiê Orbán de "meu irmão, dadas as afinidades" e celebrou "valores que nós representamos, que podem ser resumidos em quatro palavras: Deus, pátria, família e liberdade".

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