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Como Rússia e Ucrânia dialogam entre ataques e mortes de civis

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São Paulo

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Numa sala em Brest, na Belarus, nove homens – quatro ucranianos e cinco russos – sentaram-se para negociar, nesta segunda (7). O encontro, o terceiro desde o início do conflito, terminou com tímidos avanços.

Na edição de hoje, convido o repórter Igor Gielow, que cobriu conflitos no Líbano, em Israel e na Argélia e esteve na Rússia na primeira semana da invasão à Ucrânia, para explicar qual a lógica desses encontros e como eles acontecem em meio a conflitos.

Como funcionam negociações durante uma guerra? Cada guerra tem uma dinâmica própria, mas, por regra, as conversas acontecem em um terceiro país, de preferência neutro – o que não é o caso agora, já que Belarus apoia a ação russa. Delegações são enviadas pelos dois lados e geralmente trazem os termos de cada um, que são levados de volta ao países para discussões, até se chegar ou não a um acordo.

Onde elas acontecem? As reuniões têm acontecido em cidades da Belarus próximas da fronteira com a Ucrânia. Os ucranianos são transportados de helicóptero.

Quem participa? A delegação russa é liderada pelo ex-ministro da Cultura Vladimir Medinski e conta com representantes do Ministério da Defesa, do Parlamento e da área diplomática. Os ucranianos têm como negociadores o principal assessor do presidente Volodimir Zelenski, Mikhailo Podoliak, e o ministro Oleksii Reznikov (Defesa). Outro membro, Denis Kireiev foi morto em Kiev no sábado e há suspeita de que ele negociava por fora com os russos.

Qual o saldo dos encontros até agora? Até aqui, apenas a existência do canal diplomático. O principal avanço, a instalação de corredores humanitários acertada na semana passada, ainda não conseguiu sair do papel por ataques e acusações mútuas. Nesta segunda, o porta-voz de Vladimir Putin listou as condições a Kiev: rendição militar, reconhecimento da Crimeia como russa e do Donbass como independente, adoção da neutralidade em relação à Otan e à União Europeia. Parece difícil que a Ucrânia aceite sem uma piora na sua situação militar.

O que aconteceu

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Selecionamos quatro personagens obrigatórios para explicar a guerra.

Vladimir Putin em encontro com funcionários da companhia aérea Aeroflot, em Moscou - REUTERS

​Vladimir Putin
Presença óbvia na lista, o presidente russo ordenou a invasão do país vizinho. Em discurso, afirmou que iria "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia. Reportagem da Folha de 2019 detalha a ascenção do ex-espião da KGB ao posto de homem mais poderoso do país, um Czar do século 21.

Volodymyr Zelenskiy durante pronunciamento na Ucrânia - via REUTERS

Volodimir Zelenski
O presidente ucraniano já se definiu como o "o alvo número 1" de Putin. O ator e comediante de 44 anos foi eleito líder do país após ficar famoso numa série de TV e agora lidera a resistência à invasão russa.

Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em entrevista coletiva - via REUTERS

Serguei Lavrov
Ministro das Relações Exteriores da Rússia há quase duas décadas, é um aliado fiel de Putin. Ao defender invasão da Ucrânia na ONU, ele virou pária e foi boicotado por diplomatas de outros países.

Emmanuel Macron no Palácio de Versailles - AFP

Emmanuel Macron
O presidente francês tenta a reeleição e coloca-se como nome para liderar a Europa em oposição a Putin. Chamou o russo de dissimulado após a invasão e defendeu as sanções ao país.

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