Descrição de chapéu terrorismo

Estado Islâmico nomeia novo líder após confirmar morte de chefe em ação dos EUA

Homem que chega ao poder do grupo jihadista ocupava 3º lugar na hierarquia do grupo; pouco se sabe sobre sua vida

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Beirute (Líbano) | AFP

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) confirmou a morte de seu líder, Abu Ibrahim Al-Quraishi, e nomeou Abu Hasan al-Hashemi al-Quraishi como sucessor, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira (10).

O grupo garante "sua lealdade a Abu Hasan al-Hashemi al-Quraishi, emir dos crentes e califa dos muçulmanos", declarou um porta-voz em uma gravação de áudio em que confirma a morte do antigo chefe do EI. "Abu Ibrahim al-Quraishi e o porta-voz oficial do Estado Islâmico, [...] Abu Hamza al-Quraishi, morreram recentemente", afirmou.

Prédio parcialmente destruído na região de Idlib, na Síria, após operação de forças especiais dos EUA; Abu Ibrahim al-Quraishi, então líder do Estado Islâmico, morreu na ocasião - Aaref Watad - 3.fev.22/AFP

O antigo líder do grupo detonou o cinto explosivo que levava junto ao corpo no início de fevereiro durante uma operação dos Estados Unidos na Síria, segundo fontes americanas. A ação dos EUA na região de Idlib ocorreu dias depois de o EI lançar sua maior ofensiva em anos contra uma prisão administrada por curdos na cidade de Hasakah, onde membros do grupo estavam presos.

Em outubro de 2019, Abu Bakr al-Baghdadi, antecessor de Quraishi à frente do EI, também foi morto em um ataque na região de Idlib, amplamente controlada por extremistas e rebeldes.

Pouco se sabe sobre o novo chefe do EI, exceto que ele ocupava até agora a posição de número três no movimento jihadista.

"Simplesmente não sabemos" nada sobre sua identidade, disse Tore Hamming, pesquisador do departamento de estudos de guerra do King's College de Londres, à agência AFP.

Segundo o comunicado do EI, Abu Hasan al-Hashemi al-Quraishi foi nomeado sucessor pelo próprio Abu Ibrahim al-Quraishi, e a nomeação foi logo confirmada por dirigentes do grupo.

Damien Ferre, diretor da consultoria Jihad Analytics, diz que a escolha do sucessor provavelmente ocorreu antes da morte de Abu Ibrahim, para evitar disputas internas. "A decisão foi tomada precocemente para evitar uma desestabilização do grupo", afirma, explicando que foi aplicada uma lógica similar à de 2019.

Abu Hasan al-Hashemi al-Quraishi chega ao comando do EI em um momento em que o grupo parece fragilizado pelas operações apoiadas pelos EUA no Iraque e na Síria para frear o ressurgimento dos jihadistas.

Em sua época de maior expansão territorial, o EI proclamou um califado que se estendia por grandes áreas do Iraque e da Síria, com milhões de habitantes. Nesses territórios, o grupo impôs uma aplicação rígida da lei islâmica, perseguindo minorias e perpetrando inúmeras violações de direitos humanos, segundo várias ONGs e governos ocidentais.

Depois de uma longa e sangrenta campanha militar, com o apoio da coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos, e em terra liderada por curdos sírios, os jihadistas foram derrotados definitivamente em março de 2019 nos principais enclaves de seu autoproclamado califado.

Os militantes remanescentes do EI estavam espalhados principalmente em esconderijos no deserto sírio, de onde voltaram recentemente para cometer ataques contra forças curdas e sírias.

De acordo com um relatório da ONU divulgado no ano passado, cerca de 10 mil combatentes do grupo Estado Islâmico ainda estão ativos no Iraque e na Síria.

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