Facebook flexibiliza restrição a posts que pedem a morte de militares russos

Regras ajustadas temporariamente em ex-repúblicas soviéticas também valem para Instagram e WhatsApp

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Nova York | Reuters

A Meta, empresa-mãe de Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou uma flexibilização nas regras de discurso de ódio durante a guerra na Ucrânia. A mudança temporária vai permitir que usuários de alguns países que estiveram na órbita da antiga União Soviética possam pedir por violência ou pela morte de soldados russos.

A empresa também vai liberar publicações que peçam a morte do presidente russo Vladimir Putin e do ditador da Belarus, Alexandr Lukachenko. Não foi dado prazo para que as medidas, antecipadas pela Reuters, parem de valer.

Manifestante pró-Ucrânia em protesto contra a invasão russa, em Tóquio
Manifestante pró-Ucrânia em protesto contra a invasão russa, em Tóquio - Philip Fong - 24.fev.22/AFP

Segundo um dos emails internos que comunicavam a mudança, aos quais a agência de notícias teve acesso, os países em que essa exceção valerá são Armênia, Azerbaijão, Estônia, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia e Eslováquia —além dos envolvidos diretamente no conflito, Rússia e Ucrânia.

"Como resultado da invasão russa da Ucrânia, nós fizemos concessões temporárias para formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras como discurso violento, tal qual 'morte aos invasores russos'. Ainda assim, não iremos permitir pedidos críveis de violência contra civis russos", disse um porta-voz da empresa em um comunicado.

A publicação pedindo a morte dos líderes, portanto, não será permitida se contiver outros alvos ou ao menos dois indicadores de que a ameaça é real, como localização e método, segundo as mensagens internas da Meta. Em relação aos soldados, postagens pedindo violência contra prisioneiros de guerra ou fora do contexto da invasão continuam proibidas nos termos de moderação das redes sociais.

"Nós estamos fazendo isso porque observamos que, nesse contexto específico, 'soldado russo' está sendo usado como substituto para o Exército russo. A política de discurso de ódio continua proibindo ataques aos [cidadãos] russos", diz um dos emails.

Nesta quinta-feira (10), mais cedo, o Facebook e o Twitter removeram publicações da embaixada russa no Reino Unido que negavam o ataque a uma maternidade em Mariupol, no sul da Ucrânia.

Na semana passada, a Rússia instituiu censura à cobertura da guerra e bloqueou acesso a redes sociais, após dias de limitações de acesso. O TikTok também suspendeu publicação de conteúdos em vídeo depois da lei de censura.

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