Facebook recua e proíbe posts na Ucrânia com apologia da morte de chefes de Estado

Processada pelo governo Vladimir Putin, Meta afirma que é contra russofobia

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Nova Déli | Reuters

A Meta, empresa proprietária do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, disse no domingo (13) que está mudando sua política de moderação de conteúdo para a Ucrânia, de forma a proibir pedidos de morte de um chefe de Estado, de acordo com um comunicado interno da empresa visto pela Reuters.

A decisão foi tomada depois de a agência de notícias informar na semana passada que a Meta estava permitindo temporariamente postagens no Facebook e no Instagram pedindo a morte do presidente russo, Vladimir Putin, ou do ditador belarusso, Aleksandr Lukachenko.

Manifestante pró-Ucrânia em protesto contra a invasão russa, em Tóquio
Manifestante pró-Ucrânia em protesto contra a invasão russa, em Tóquio - Philip Fong - 24.fev.22/AFP

Após a publicação da reportagem, a Meta afirmou na sexta (11) que uma mudança temporária em sua política de conteúdo, aplicável só na Ucrânia, era necessária para permitir que usuários expressassem oposição ao ataque da Rússia. No mesmo dia, a Rússia abriu um processo criminal contra a empresa.

"Agora estamos estreitando o foco para deixar explicitamente claro na diretriz que [a decisão] nunca deve ser interpretada como tolerância da violência contra os russos em geral", escreveu o presidente de assuntos globais Nick Clegg, em uma publicação interna da plataforma a que a Reuters teve acesso.

"Também não permitimos pedidos de assassinato de um chefe de Estado", acrescentou. "Então, para remover qualquer ambiguidade sobre nossa posição, estamos restringindo ainda mais nossa orientação para deixar explícito que não estamos permitindo pedidos de morte de um chefe de Estado em nossas plataformas." Procurada fora do horário comercial, a Meta não respondeu.

"São decisões difíceis. Tentamos pensar em todas as consequências e mantemos nossa orientação sob constante revisão porque o contexto na Ucrânia está sempre evoluindo", disse Clegg.

Não haverá mudanças nas políticas sobre discurso de ódio no que diz respeito ao povo russo, segundo ele.

"A Meta é contra a russofobia. Não toleramos pedidos de genocídio, limpeza étnica ou qualquer tipo de discriminação, assédio ou violência contra os russos em nossa plataforma."

O órgão regulador de comunicações da Rússia impôs restrições ao Instagram a partir desta segunda, e Moscou abriu um processo criminal contra a Meta e passou a designar a companhia como "organização extremista". O governo russo já havia banido o Facebook do país após a rede censurar noticiário pró-Putin.

O WhatsApp, por outro lado, não será afetado pelas medidas legais, ao menos a princípio, afirmou a agência de notícias russa RIA, citando uma fonte do governo, já que o aplicativo de mensagens é considerado um meio de comunicação, não uma plataforma para publicar informações.

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